Capítulo 04 - Rei Leão

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POV VALENTINA:

São 09h00 da manhã quando abro meus olhos neste domingo. O raio de sol forte invade meu quarto, mostrando o dia lindo que fazia por fora dessa janela. Me levantei ainda sonolenta e fui até o banheiro. Me encaro no espelho por alguns segundos enquanto minha alma decide voltar para o corpo e só penso como foi ruim dormir com essa sensação de que eu e a Luiza não estávamos bem.

Lavo meu rosto para despertar e faço minha higiene bucal. Resolvo me arrumar para o dia. Eu odiava quando fico trancada no quarto e sinto que eu perco meu domingo. Já que amanhã é segunda-feira e começa tudo outra vez.


— Bom dia, papai! — Me debruço o abraçando por trás enquanto ele tomava seu café e logo me sento à mesa.

— Bom dia, minha pequena. — Coloca sua xícara sobre a mesa e me joga um beijo.

— Bom dia, Valentina! — Carla dispara e eu apenas lhe dou um sorriso forçado.

— Olha filha, Odette fez a geleia de morango que você ama. — Ele pega colocando perto de mim.

— Nossa, faz tanto tempo que ela não faz. — Pego algumas torradas.

— Sim, por isso imaginei que você iria gostar. — Sorri.

— Nossa, isso é de uma caloria. — Carla julgava. — Cuidado, Valentina... come com um queijo branco para equilibrar.

— Ela precisa fazer mais vezes, papai. Eu amo. — Dizia ignorando minha madrasta e enchendo minha torrada de geleia até transbordar pra fora. — Hum... — Mordo a torrada e ela inteira acaba se quebrando. — Merda. — Pego o guardanapo. — Ela é tão boa quanto a que a mamãe fazia! — Limpava minhas mãos.

— Você sempre diz isso. — Dr.Fernando ri, me entregando mais um guardanapo.

— Obrigada. — Limpo minha boca. — Eu vou dar um pulo na casa de uma amiga agora de manhã, ok? Provavelmente não almoço com vocês.

— Amiga? — A loira me encara soltando uma risada irônica e eu encaro ela de volta.

— Que amiga? — Meu pai questiona dando um gole no seu café.

— A Luiza. — Como o resto da torrada quebradiça.

— A que você dormiu na casa antes de ontem? — Respiro fundo.

— Sim, Carla. — Me levanto.

— Valentina, você sabe que eu não gosto dessas suas saídas. Principalmente quando anda com essa moto pra cima e pra baixo. É perigoso, ainda mais no trânsito daqui. — Me olhava com firmeza. — É melhor você ficar em casa hoje, amanhã você vê sua amiga.

— Pai... — Suspiro. — Você precisa me deixar respirar um pouco. Eu entendo seu receio, mas às vezes você me sufoca com tanta preocupação.

— Eu sei, querida. Só não quero que algo lhe aconteca. — Respira fundo.

— Não vai me acontecer nada. — Sorrio fraco e lhe deposito um beijo no topo da cabeça. — Te amo, já já eu tô de volta.

— Também te amo! — Ele beija minha mão e eu saio.

Resolvo ir buscar a Luiza pra fazermos alguma coisa hoje, talvez dar um pulo na praia pra ver o sol se pôr e ficarmos juntas. E esquecer o episódio de ontem, eu até penso em avisá-la que estou indo, mas quero fazer uma surpresa. Apesar de ser bem cedo, no caminho parei em uma floricultura e comprei um girassol. Era sua flor predileta, eu e a Luiza somos assim, sempre que um climinha esquisito aparece entre a gente, escolhemos resolver o mais rápido possivel.

DUAS FACES - VALUOnde histórias criam vida. Descubra agora