Capítulo 13 - Buscando a Verdade

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 .VALENTINA

Não perco tempo e vou pra casa, essa noite eu não preguei o olho. Eu só queria saber onde a Luiza estava, se ela estava bem e segura. Quero entender a motivação pela qual essa garota está fazendo isso, principalmente de uma forma tão fria e calculista. Confesso que de tanto pensar eu acabei duvidando de mim mesma. E se eu me enganei e tem sim uma tatuagem naquele pescoço? Mas meu coração aflito diz que eu não sou louca. O dia amanhece e com ele eu sigo caminhando pelo meu quarto de um lado pro outro. Eu pensei em ligar pra Luiza, ou mandar mensagens. Mas eu sei que ela não está com o celular. Tudo agora precisa ser extremamente pensado. Eu não posso errar, não posso dar nenhuma bola fora. Não, enquanto eu não tiver a certeza que a minha namorada está bem. Meus olhos inchados entregam que essa noite eu só não dormi, como também chorei muito. Estar no escuro é tão ruim. Me sinto tão impotente e incapaz. É como um beco sem saída e eu não sei como agir.

Desço pra tomar café da manhã e pelo menos a Carla não estava na mesa, somente o meu pai. E eu sei que por algum motivo, meu pai tem respostas. E isso foi um dos meus questionamentos dessa noite. Da onde meu pai conhece a família da Luiza? Por que ele tem tanto ódio do Raul?

— Papai? — Me sento encarando ele.

— Oi, filha. — Ele desvia o olhar do celular ao meu e sorri. — Bom dia!

— Pai... — Respiro fundo. — De onde você conhece o Raul Campos? — Ele respira impaciente.

— Não quero ouvir o nome desse infeliz dentro desta casa. — Ele volta a encarar o celular.

— Por favor, me conta a verdade. — Coloco minha mão em seu pulso que estava erguido segurando o aparelho. — Ele está envolvido no acidente da mamãe? — Meu pai me olha imediatamente.

— Chega, Valentina. — Balanço minha cabeça em negação calmamente.

— Você não acha justo eu saber? Poxa pai, eu juro que tento criar uma conexão com você. Mas sinto que você só carrega o peso de me criar depois que a minha mãe morreu. — Disparo direta.

— Nunca mais diga uma coisa dessa. Você é absolutamente tudo na minha vida. Tudo que eu fiz e faço é pensando em você minha filha! — Ele me olha com profundidade.

— Então se envolve o acidente da mamãe, me conta. Eu tenho o direito de saber. É por isso, né? É por isso que você sente tanto ódio daquele homem. E é por isso que você se sente culpado!

— Eu me sinto culpado, porque eu sei que eu paguei por um erro que cometi. A consequência do meu erro fez com que, minha filha crescesse sem a presença de uma mãe, igual aquela meni... — Ele fecha os olhos com força. Meu pai soca a mesa e balança a cabeça em negação. Eu podia notar a culpa e o arrependimento em sua voz.

— Igual quem pai? De quem você tá falando? — Suplicava.

— Eu fui um covarde, eu deveria ter enfrentado ele. Eu vi como ela ficou quando recebeu a notícia...e depois de semanas vi como ela chegou no hospital depois de ter tentado se matar por não aguentar o peso de perder um filho. — E pela primeira vez eu vejo meu pai chorando desde o dia do acidente da minha mãe.

— Ela quem, pai? Que notícia? Que filho? Por favor, fale comigo. Eu to aqui. Me conta a verdade! — Segurava sua mão forte.

— Valentina, esquece isso. Eu já lidei com as consequências dos meus erros e eu não quero reviver isso. Por favor, filha, fica longe daquela família.

— Não posso, pai... Sabe por que? — Ele me olha em silêncio. — Porque eu amo a Luiza, como um dia você amou a minha mãe! — Ele fecha os olhos com força.

DUAS FACES - VALUOnde histórias criam vida. Descubra agora