Capítulo 16

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— Sim, o dia foi muito produtivo. — Respondo trabalhando no meu tablet. Levanto o olhar e percebo que ele está me encarando com um sorriso sapeca. — Porque?

— Eu queria te levar em um lugar legal. — Lando fala despreocupado e então se inclina murmurando algumas instruções para o motorista e entrega um endereço.

— Lando... — Começo a protestar e ele ri.

— É para agradecer pelo trabalho que você está fazendo comigo e com o Oscar, para agradecer também por concordar com o plano de ajudar Charlotte. — Ele me interrompe se justificando.

— Eu aceito o agradecimento, mas... — Agradeço voltando a olhar para o tablet, fazendo com que ele também olhe.

— Fica tranquila, é só um passeio legal e relaxante antes da corrida. Prometo que até as 23h estaremos dormindo. — Ele me interrompe, tentando me tranquilizar, mas tudo o que faço é levantar uma sobrancelha, suas bochechas ficam rosadas e ele ri desconcertado, é fofo.

Dito isso eu apenas aceno com a cabeça, concordando em ir com ele. Ele tira de dentro da sua mochila uma jaqueta brim preta, um boné também preto e uma máscara para um "disfarce". Trocando assim seu look característico e icônico papaya para um discreto e despercebido.

— Alguém tinha um plano, uh? — Brinco cruzando os braços, ele tinha feito a mochila antes de sairmos, estava com planos para uma escapada fora da rotina, no meio da semana de trabalho e apesar disso, eu não queria matá-lo.

— Eu pensei que se a oportunidade surgisse, seria muito mais legal sairmos como pessoas normais do que ser reconhecido e fugir de fotos, como da última vez. — Ele responde amassando seu casaco laranja dentro da mochila preta.

— Mas foi legal o último passeio. — Respondo ao lembrar do passeio no palácio tradicional japonês.

— Eu sei, o jantar comigo foi o ponto alto, uh? — Ele brinca suspendendo e abaixando as sobrancelhas.

— Você está muito convencido, meu pai do céu. — Resmungo rindo.

Não demoramos a chegar em um parque ao ar livre, há um lago bem grande no meio do parque, com pedalinhos. Ainda está claro e a luz do sol começa a pintar de laranja o céu azul claro. As árvores repletas de flores rosa são o toque de tirar o fôlego daquele lugar. Sorrio comigo mesma e tiro uma foto da paisagem para mandar para Gabi, enquanto Lando fala alguma coisa com o motorista.

Há pessoas caminhando, fazendo exercícios e até comendo em algumas barraquinhas. Crianças, casais e idosos por todo o local. Quando Lando falou que queria me levar a um lugar, não imaginei que seria algo ao ar livre e cheio de pessoas. Ele não me aparenta ser uma pessoa do ar livre, era inesperado e também era bom, um lugar bonito, sem sombra de dúvidas.

Penso comigo mesma, o que significava aquilo tudo, os passeios, as piadinhas trocadas... Fora que nos beijamos... Eu sei que pedi para ele esquecer do que tinha acontecido. Mas o que aquelas atitudes de Lando representavam para ele? Pior, o que representava para mim? Eu não sabia dizer.

— As pessoas dizem que esse é um lugar bem bonito para assistir um pôr do sol. — Ele explica me tirando dos meus devaneios antes de eu conseguir chegar a uma conclusão.

— Acho que só vamos saber, assistindo. — Comento bem humorada, admirando tudo à minha volta.

— Vamos no pedalinhos. — Ele fala apontando na direção do lago e andamos lado a lado.

Demos sorte de ser os últimos a conseguir alugar um pedalinho. Lando é o primeiro a embarcar, ele me ajuda a desengonçadamente entrar no pedalinho. Murmuro um agradecimento quando ele soltou minhas mãos.

SHUT UP AND DRIVE - Lando NorrisOnde histórias criam vida. Descubra agora