Em uma cidade onde o crime e a corrupção reinam, Nerissa Delacroix leva uma vida dupla como estudante universitária durante o dia e justiceira mascarada durante a noite. Com a ajuda de seus amigos leais, Raven Skylar, uma hacker talentosa, e Sebasti...
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NERISSA DELACROIX.
Faltavam apenas sete dias para o meu aniversário, o maldito 11 de julho. Eu odiava aniversários com uma paixão ardente, como um incêndio que nunca se apagava. E este ano seria ainda pior: vinte anos. Uma marca significativa, segundo meus pais, que justificava uma festa de gala. Para mim, era apenas mais um dia onde eu era forçada a fingir que nossa família era perfeita.
Levantei-me da cama com relutância, sentindo o peso da expectativa e do fingimento caindo sobre meus ombros. Cada movimento parecia uma luta contra o desânimo. Coloquei uma roupa simples e desci para a sala.
O som das malas sendo arrastadas ecoava pela casa. Encontrei meu pai na sala, ajeitando as últimas coisas antes de sair. Ele parecia concentrado, perdido em sua rotina.
— Então, outra viagem? — perguntei, tentando não soar ressentida.
Ele levantou o olhar e deu um sorriso forçado. — Sim, algo importante surgiu. Não sei se conseguirei voltar a tempo para o seu aniversário.
— Não é surpresa — murmurei, mais para mim mesma do que para ele. — Nunca é.
— Filha.. — ele suspirou, parecendo cansado. — Você sabe como é o trabalho. Eu não escolho essas coisas.
— Claro, o trabalho sempre em primeiro lugar — respondi, minha voz carregada de sarcasmo. — Nem mesmo para a minha festa de 20 anos?
— Vai ser uma festa maravilhosa — ele tentou suavizar. — Sua mãe está cuidando de tudo.
— Ah, ela está, com toda a certeza do mundo —
respondi, revirando os olhos.
— Especialmente de tentar me empurrar para o Tyler.
Ele franziu o cenho. — Tyler é um bom rapaz, Nerissa. Vocês se conhecem há anos.
"Vocês se conhecem a anos." Sim, de vista.
— E daí? — rebati, a irritação crescendo. — Não quero dançar com ele, não quero casar com ele. E estou cansada de vocês planejando minha vida sem me perguntar o que eu quero.
Ele respirou fundo, passando a mão pelos cabelos. — Estamos tentando garantir seu futuro, Nerissa. É só isso.
— Meu futuro? — ri amargamente. — E onde entra o que eu quero nesse futuro? Eu não quero seguir esse roteiro que vocês escreveram para mim.
— O que você quer então? — ele perguntou, a voz mais suave. — O que faria você feliz?
Eu hesitei, surpresa com a pergunta. — Eu quero liberdade. Quero ser eu mesma, sem essa pressão, sem essa expectativa constante. Quero pintar, dançar, ser livre.
