Eu sou uma alma tão pura de coração a ponto de aceitar ajudar o meu rival / obsessão? Sim, sou sim.
— E agora você tem que... — Eu explicava a matéria detalhadamente para Max, que, como era de se esperar, não estava nem um pouco interessado.
Estávamos na sala de aula vazia, ficamos até mais tarde para que eu pudesse o ajudar, a pedido do professor, mas Max não estava colaborando. Ao invés de prestar atenção na minha explicação elaborada, Max ficava me encarando feito um maníaco, com aqueles olhões enormes, simpáticos, fofos...
— Não sabia que usava óculos.
— Eu uso quando preciso me concentrar.
— Hm.
De fato, eu usava, mas preferia manter segredo e não falar pra ninguém que eu parecia um nerd - e não no bom sentido - quando estudava.
— É melhor não espalhar isso pra todo mundo, calouro, ou eu faço da sua vida um inferno.
— Que fofo.
Revirei os olhos com a resposta sarcástica de Max, ele realmente sabia como me irritar.
— Não foi ironia se é o que tá pensando, você fica muito fofo de óculos.
Eu olhei para ele, que já me olhava há minutos. Estava sendo honesto? E porque eu senti meu rosto esquentar tão exageradamente?
— É... Valeu.
Max me olhou com ternura e deu um sorriso gentil, esse sorriso valia todo o meu tempo elaborando os estudos.
Rapidamente desviei o olhar e olhei para o caderno, tentando achar algo para anotar e disfarçar minha vergonha. Escutei uma risada fraca vindo dele, ah, que risada...