Tesão ou saudade?

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Eu estava na faculdade, passando por um dia normal como sempre. Provas, pista de skate, zoar com os rapazes, e... Brad.

Eu havia acabado de sair da sala de aula, fui mal pra caramba em mais uma matéria, maravilha. Andando pelo corredor, eu vi o Bradley com um caderno nas mãos. O que ele tinha de irritante, tinha de inteligente.

- Oi, calouro.

- Sabe, eu já estudo aqui há mais de um ano, pode parar de me chamar assim.

- Força do hábito.

Ele estava com seu sorriso de sempre: convencido e de nariz empinado, mas até que tinha um charme.

Ele se aproximou de mim ainda com seu sorriso, mas quando viu outras pessoas chegando no corredor, simplesmente se afastou.

- Ãn... Brad, eu queria saber se...

- Pra você é Bradley, imbecil. - Ele falou com uma voz auta e autoritária, meu rosto rapidamente mudou para uma expressão confusa, e, talvez meio magoada. - Queria saber o quê? Se eu quero virar seu amiguinho? Me poupe, garotinho de papai!

As outras pessoas olhavam acostumadas, pois todos os dias, sem excessão, Bradley implicava comigo.

Ele saiu depois de ter gritado comigo, abraçou seu caderno e olhou para atrás com receio. Isso estava ficando cada vez mais difícil e cansativo.

Quer dizer, era cansativo fingir que nos odiavamos, fingir brigar todos os dias para não notarem que na verdade eu e Brad nos encontrávamos escondido e... bem, nós ficamos às vezes. Tudo bem, todo dia nós sumimos para nos encontrar, mas hoje eu não estava muito afim... Bem, é claro que estava, mas depois do que Brad disse, isso me desanimou pra caramba.

(...)

No meu dormitório, eu estava deitado na cama, com meus pensamentos acostumados e cansados de Bradley. Sério, um dia sem me encontrar com ele e já fico na maior depre.

- Que merda! - Falei alto com as mãos no rosto, tentando esquecer de Brad, o que parecia no mínimo impossível pra minha mente.

- Porque tá gritando, irmão? - Escutei a voz de Bobby do nada de cima da beliche. Nem sabia que ele estava no quarto.

- Que isso Bobby?! Tá maluco?! - Eu me levantei pra olhar pra ele. Ele estava de baixo das cobertas, provavelmente dormindo e matando aula. Era uma tarefa semanal dele.

- Você tá aí gritando sem motivo e eu sou o maluco?

Suspirei e voltei a me deitar.

- Pensei que estivesse sozinho.

Senti a cama mecher, logo vi a cabeça de Bobby de cima pra baixo, pendurada e olhando pra mim.

- Tu não foi ver o Bradley hoje, tá assim porque tá com tesão ou saudade?

- Bobby.

- Que foi?

- Cala a boca, mano.

- Tá bom, mas só porque tô sentindo meu sangue chegar no cérebro. - Ele voltou até a sua cama. - Certeza que não quer falar disso, irmão?

- Certeza.

- Então tá. O PJ vai ficar fora hoje com a namorada zen dele, então eu vou dormir por no mínimo doze horas. Boa noite, Max.

Just the way you are - Maxley one shots Onde histórias criam vida. Descubra agora