— Então, filhão, como foi a noite? — Pateta perguntou ao seu filho.
No balcão da cozinha, Max estava sentado em um banquinho, bebendo um chá que seu pai havia preparado pra curar a ressaca.
— Pai... Por favor, não grita. — Ele disse, quase num sussurro.
— Não estou gritando. — Pateta riu de leve.
— Tá... — Max tentava ao máximo manter os olhos abertos e não vomitar. — Eu não me lembro de nada. Nada mesmo.
Pateta colocou o chá em sua xícara, bebeu enquanto via Sylvia chegar.
— Eu falei que o porre ia ser dos grandes. — Ela cruzou os braços.
— Cadê o Brad? — Max perguntou assim que lembrou da existência dele.
— Dormindo. Assim como o senhor de idade que trouxeram pra cá ontem. — Pateta disse.
Aos poucos, Max começou a se lembrar, mas não de tudo.
— Eita... — Ele apoiou a cabeça com uma das mãos assim que a memória da noite passada veio em sua mente.
O senhor de idade? Wallace. O cara que flagrou Max e Bradley aos beijos ontem. Aparentemente, festou com eles também.
Max deixou Pateta e Sylvia na cozinha e foi até seu quarto.
Lá ele viu Bradley, deitado em sua cama dormindo pesadamente.
— Brad! — Max foi até ele, o empurrando. Bradley se encolheu, havia acordado, mas não abriu os olhos, e Max notou isso. — Brad... — Ele disse arrastado, levando seu rosto pra perto do de Bradley, o vendo ficar vermelho. Max sorriu.
— Me deixa em paz, calouro. — Bradley falou de mau humor, com os olhos fechados tentando dormir.
Max deu uma risada, parecia que toda a náusea havia sumido, ou Bradley era uma boa cura pra ressaca.
Max deu um beijo longo e molhado na nuca de Bradley, dando uma lambida logo depois. Ele pôde notar os pelos de Bradley se arrepiarem.
— Pra você é amor. — Ele sussurrou, vendo Bradley abrir os olhos, totalmente vermelho.
Bradley bocejou e olhou Max, que logo cedo já estava com um sorriso fofo.
— Como você consegue ficar assim? — Ele perguntou, com a voz meio rouca.
— Assim como? — Max se deitou ao lado de Bradley, jamais deixando de o olhar.
— Assim. Todo animado. — Bradley o analisou, vendo Max dar um sorriso e levar uma das mãos até seu rosto, acariciando.
Bradley não sorriu, mas não precisava sorrir pra Max saber o quanto ele gostava de seus toques.
— Você se lembra de algo que aconteceu ontem à noite?
Bradley não respondeu. Olhou para o lado por um momento pra poder pensar, mas nada vinha à sua mente. Exceto por uma coisa.
— A gente tava naquele bar... E aí voltou pra cá.
— Não brinca. — Max falou irônico, vendo Bradley revirar os olhos.
— Eu não acabei, seu tapado. — Max deu uma risada e Bradley voltou a falar. — Voltamos e aí...
(Flashback)
Eles arrombaram a porta, não de um jeito normal. Max não estava são, ele chutou a porta da casa de seu pai para eles entrarem.
— Wallace, essa é a... Casa daquele cara lá... — Max disse embriagado.
— Do seu pai, idiota. — Bradley o corrigiu, com a voz tão embolada quanto a de Max.