10 minutos

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Outra festa universitária, outra perca de tempo. Eu não via muito o que fazer nessas festas a não ser curtir com Bobby e PJ, é claro, mas fora isso, eu não tinha muita motivação. Preferia estar em um show com um tipo diferente - e melhor - de música, ou então na pista de skate, inventando manobras divertidas.

— Qual é, cara, se anima. — As tentativas de Bobby de levantar meu auto astral geralmente funcionavam, mas hoje eu realmente não estava no clima.

— Bobby, nada, absolutamente nada vai me animar nessa festa.

— Até o Bradley tá curtindo mais do que você. — PJ falou apontando para o cara alto que bebia sem parar e tinha a maior parte feminina da festa envolta dele.

— Bom pra ele. — Falei tentando não demonstrar interesse, mas a verdade é que eu ligava pra quem Bradley flertava, ligava muito.

— Dez minutos no paraíso! — Escutamos um cara gritar, jogando um par aleatório de pessoas em uma portinha pequena. Ele nem ligou pra quem jogou, se fossem duas pessoas que namorassem ou não, se fossem parentes ou não, se fossem do mesmo gênero ou não.

Fiquei parado observando a festa rolar, Bobby foi dar um trago e PJ foi buscar umas bebidas pra gente.

— Max! — Bradley gritou vindo em minha direção. — Máximos! Maxine! Maxie!

— É só Max, imbecil. — Ele deu uma risada irritante, se apoiou nos meus ombros e eu pude sentir o hálito de bêbado dele. — Imaginei que fosse alcoólatra.

— Ei! Eu não sou... — Ele se interrompeu, como se fosse vomitar ali mesmo, mas logo se recompôs. — Não sou alcoólatra.

— Dá pra ver.

Ficamos em um silêncio constrangedor, ele observava a festa, nem percebendo que estava perto demais de mim. Revirei os olhos com a hipocrisia dele e suspirei.

— Olha, cara, eu tenho que-

— Dez minutos no paraíso!

— Ah não...

E sem eu nem ver, fomos empurrados naquela maldita porta pequena. Antes que eu pudesse dar meia volta, a porta foi trancada. Bradley sabia exatamente o que estava acontecendo, mas sua maior preocupação era vomitar naquele espaço apertado.

— Que nojo.

— Qual foi, Max? — Ele sorriu depois de ter botado tudo pra fora, como se nada tivesse acontecido. — Não curte mal hálito?

— Se eu não curto? — Eu entendi mal a pergunta ou ele estava se referindo a o que eu acho que ele estava se referindo? — Tá tão desesperado assim pra me beijar, Brad?

— Pior que tô...

Ok, eu fiquei surpreso, surpreso demais. Mas isso passou logo assim que lembrei que ele estava totalmente embriagado.

— Então devia ter trazido a porra de uma escova de dentes, seu bêbado.

— Eu não consigo te entender. — Ele se virou pra mim, quase podia ver o rosto dele verde de tanto enjôo. — Uma hora flerta comigo e depois me humilha, poxa eu só queria... — E novamente, ele se apoiou na parede e vomitou ainda mais. Revirei os olhos e fui pra perto dele, onde havia uma garrafa de água no chão.

— Toma. — Entreguei a garrafa que ele não tinha visto, sendo que estava literalmente do lado dele. — Você não sabe beber.

— E você é indeciso. Todo mundo tem problemas.

Bradley bebeu a água toda em segundos, logo respirou profundamente e apoiou as costas e cabeça na parede, como se tivesse corrido uma maratona. Mas eu tinha que admitir, ele ficava atraente depois de vomitar.

— A gente pode ficar, se é o que você quer.

— E-eu não!

— Não foi o que pareceu.

Bradley suspirou e levou as mãos até a testa.

— Esquece o que eu disse, tá? Eu só tava zoando com você.

— O efeito do álcool passou rápido. — Me aproximei dele. — Prefiro flertar com você quando tá sóbrio. — Eu disse baixinho no ouvido dele. Bradley abriu a boca e respirou fundo. Estava meio escuro, mas eu podia ver ele ficando vermelho.

Levei minhas mãos até a cintura fina dele, apertando de leve. Senti ele estremecer com esse toque simples, então cheguei mais perto de seu rosto, perto o suficiente pra beijá-lo, mas não fiz. Roçei nossos lábios um no outro lentamente, Bradley ficava quietinho, desfrutando de cada coisa que eu fazia, mas quando roçei nossos lábios, ele foi com o rosto pra frente, tentando selar ambos, mas eu impedi. Pude escutar ele suspirar decepcionado, então sorri satisfeito.

Uma das minhas mãos foi até o cinto dele, desafivelando lentamente, o que parecia irritar Bradley ainda mais.

— Max... — Ele suspirou necessitado. Eu o olhei e apreciei o quão louco ele estava por isso. Bradley se esfregou na parede em que estava apoiado, me fazendo ficar quase tão louco quanto ele.

Escutamos as chaves da porta a destrancar e saímos do nosso transe sexual. Joguei o cinto de Bradley de volta pra ele e ele vestiu rapidamente, e eu saí de perto dele, vendo o mesmo cara de antes abrir a porta, com Bobby e PJ logo atrás dele, me olhando curiosos.

Saímos de lá vermelhos, mas as pessoas estavam bêbadas ou chapadas demais pra notar, então seguimos direções opostas.

No fim das contas, essa festa até que me animou.

(...)

Adivinhem o jeito que o Max tava se referindo a ficar "animado" KKKKKKKKKKKK
bjsss seus lindos 💋💋💞💞
comentem por favorrr

Just the way you are - Maxley one shots Onde histórias criam vida. Descubra agora