Tudo bem

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Era dia de festa universitária hoje, com o tema anos 70. Eu não diria pra ninguém, mas adorava as músicas daquela época.

Eu e os gammas estávamos no nosso canto, quietos. Eles estavam com um pouco de raiva por eu ter demorado um pouco demais pra me arrumar. Tão dramáticos.

Estava esperando por uma pessoa em específico: Max Goof. Eu olhava para todo lado pra ver se ele aparecia logo, já que ele falou que vinha.

Nós entramos em um relacionamento escondido há mais ou menos duas semanas, e estava sendo a melhor fase da minha vida.

— Tank, alguma coisa?

— Não. Não vejo ele.

Eu estava prestes a pensar que ele não viria mais, mas vi ele com os amigos chegando e rindo animados, e então me senti um pouco mal por estar sendo tão paranóico.

— Brad! — Max falou do outro lado da festa, vindo até mim. Antes que eu pudesse abrir um sorriso, ele chegou me abraçando pela cintura. — Eu tava louco pra te ver, amor.

Eu não sabia reagir bem quando ele me tratava de um jeito tão fofo, sério. Eu só sorri disfarçadamente e olhei para o chão envergonhado.

Max puxou meu queixo, me fazendo olhar pra ele, e aqueles olhos estavam totalmente apaixonados. Eu não o culpo, se eu fosse meu tipo, eu me apaixonaria por mim mesmo.

Max se aproximava para podermos finalmente nos beijarmos, - não que fosse uma coisa pela qual eu estivesse tão desesperado pra fazer - até que "Starman" do Bowie começou a tocar.

— Eu amo tanto essa música! — Max se afastou animadamente. — Vem, a gente precisa dançar. — Ele puxou meus braços para que pudéssemos ir até a pista de dança. Mas, bem, dançar não era o meu forte, e ainda mais em público, com todos nos olhando. Eu e Max. Dois homens dançando juntos.

— Max, eu não acho que-

— Vem! — Ele estava tão empolgado que eu não pude negar, então aceitei sem muita hesitação.

Na pista, Max segurava em minha cintura e nós nos movimentamos de acordo com a música. Eu via nos olhos dele a animação, e olhar esses olhos ao som de Starman foi uma experiência incrível.

Bem, estava sendo incrível, até que eu comecei a olhar ao redor, os olhares amedrontadores das pessoas. Eu podia ver o julgamento, o desgosto nos olhos deles. E então saí dos braços de Max, totalmente abalado. Max não entendeu de primeira, mas olhou ao redor e aí então me olhou chateado, esse era um olhar dele que eu não gostava nem um pouco.

Com lágrimas caindo, eu fui até um canto isolado da festa, e com muito esforço tentei não chorar, mas simplesmente não dava mais pra segurar. Eu era um belo fraco.

Depois de mais ou menos cinco minutos, Max veio até mim. Eu não mereço esse garoto.

— Max, me deixa em paz. — Minha voz falhou e as lágrimas caiam incontrolavelmente na frente de Max.

— Brad... — Ele falou, puxando meu rosto para perto do dele.

Nós nos beijamos lentamente, pude sentir o gosto salgado das lágrimas durante o beijo, e pude sentir as mãos de Max no meu rosto, como se estivessem me reconfortando. Logo depois dele as levou até minhas costas, as acariciando. Ele separou o beijo que conseguiu me fazer esquecer dos olhares horríveis de antes, e então juntou nossas testas.

Max não precisou dizer nada para eu saber que estava tudo bem.

Just the way you are - Maxley one shots Onde histórias criam vida. Descubra agora