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✭ s/ɴ ᴘᴀʀᴛ
Ainda me lembro muito bem daquele dia. Eu nem acreditei. Realmente não acreditei quando seus olhos bateram nos meus. No começo, pensei que fosse apenas imaginação minha, mas depois vieram confirmações.
Sentada na arquibancada, eu observava Paulo Dybala jogar. Sou muito fã dele e sempre quis vir ao estádio para o ver em campo. Ele estava jogando muito bem, brilhando. Meus olhos também estavam brilhando. Eu tinha a noção de que nunca eu teria Paulo Dybala como meu marido, mas sempre sonhava em ter uma vida ao seu lado.
Quando ele marcou seu segundo gol na partida, eu tive a impressão de que ele estava olhando diretamente para mim. No primeiro também foi assim, mas foi no segundo gol que eu tive ainda mais certeza de que ele estava olhando para mim. Sim, ele estava. Eu tive a confirmação quando eu fiz um coração com as mãos e mandei um beijo, e ele repetiu o gesto. Meu coração disparou e pude jurar que esqueci até de como se respira. Fiquei um tanto iludida, imaginando mil coisas que poderiam acontecer. Talvez eu até ganhasse sua camisa. Na verdade, eu queria casar com esse homem, mas é bem além da realidade, e ter sua camisa parece ser mais viável — menos impossível, posso dizer.
Me senti nas nuvens, minha imaginação indo mais além do que o de costume. Sei que não sou a única que deseja ter Paulo Dybala para si, mas eu amaria ter essa oportunidade. Eu realmente estaria realizada e seria a mais feliz do mundo. O sorriso em meu rosto não se desmanchava por um único segundo. Ele olhava em minha direção várias vezes, e meu coração palpitava forte em todas. Eu podia sentir como se meus olhos mergulhassem em um brilho profundo, um brilho que só ele causa em mim. Sim, sei que sou uma fã muito iludida, mas... Como não ser quando eu tinha Paulo Dybala me olhando a todo momento?
Eu suspirava e me derretia toda vez em que ele botava seus olhos em mim. No meio de tantas pessoas, ele só olhava para mim. Era diretamente em minha direção. Se eu não tivesse vivido isso, poderia dizer que era um sonho profundo. E eu sentia isso. Sentia que estava vivendo um sonho.
Ele foi substituído e saiu de campo muito aplaudido. Dybala agradeceu o carinho de todos e fez contato visual comigo a todo momento. Eu podia sentir perfeitamente o quanto que minhas bochechas ardiam. E quando ele se sentou no último banco, olhou para trás, justamente para onde eu estava. Me senti um pouco nervosa, mas muito feliz com toda essa atenção. Eu não tinha ganhado sua camisa naquele momento, mas só esse contato visual persistente já me agradou muito.
Quando o apito final foi dado, os torcedores começaram a se retirar do estádio. Eu, por minha vez, estava a fazer o mesmo. Eu teria saído, se não fosse pelo assobio alto de Dybala. Ele sorriu quando eu me virei para o olhar, e eu repeti seu gesto, também sorrindo. Ele parecia estar me chamando, enquanto caminhava e se aproximava da pequena grade. Me senti confusa naquele momento. Eu não poderia entrar no vestiário, poderia? Talvez ele quisesse falar comigo?
Mas antes que eu pudesse pensar nisso tudo, Dybala pulou a grade e foi também pulando alguns bancos, até chegar em mim. Confesso que fiquei surpresa com sua atitude. Eu realmente não estava esperando por isso. Não que eu tenha achado ruim, é claro. Foi uma surpresa genuína, apenas.
Ele tirou sua camisa e eu me lembro de como senti uma onda de calor no mesmo segundo. Lógico que tentei disfarçar, embora fosse difícil. Dybala esticou a camisa em minha direção, e eu estiquei a minha para poder pegar. Nossas mãos se tocaram, e eu podia sentir seu toque quente. Naquele momento, novamente pude jurar que esqueci de como se respira. Ele encostou sua mão na minha de propósito. Olhei para nosso contato, logo subindo meu olhar para seu rosto e percebendo que o homem a minha frente também observava nossas mãos, mas logo também subindo seu olhar, assim como eu já tinha feito.
“Eu quero te ver mais vezes.”, Dybala disse assim que fizemos contato visual. Pude jurar que pulei vários batimentos cardíacos, minha respiração também mudando. Seu olhar era muito sincero e eu mal conseguia encontrar palavras. Naquele momento, decidi não falar nada. Dybala colocou sua outra mão em cima da minha, a qual eu estava usando para ainda segurar a camisa — nós dois ainda estávamos segurando sua camisa. “Me diga... Eu vou te ver mais vezes?”, ele pergunta, seus olhos intensos e esperançosos preso aos meus.
