Meu irmão e eu comemos um cara juntos

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Estava um calor do caralho numa tarde de quarta-feira que nem o ventilador ligado no máximo estava fazendo mais efeito. Eu estava em um sofá e meu irmão, André, estava no outro, já tinha tirado a camisa, shorts só faltava a parte de baixo, mas isso talvez eu deixasse pra mais tarde.

Nossa piscina estava em manutenção por conta da última festa que demos aqui em casa e algum dos nossos amigos jogou alguma coisa na bomba d'água que ferrou com ela e ficamos sem piscina até o técnico voltar de férias. Já tinha perdido a conta de quantos banhos eu tinha tomado aquela semana, nada parecia satisfazer o calor.

- André, o telefone tá tocando. - Eu disse pra ele, repeti mais uma vez e como ele não ouvi tive que jogar uma almofada em cima dele pra ver se ele acordava, ele me olhou de cara feia e tirou o fone do ouvido, se levantou e atendeu o telefone. Nem precisei perguntar pra saber que era nosso pai, o coroa não usava celular no trabalho e acho que é a única pessoa que ainda usa telefone com fio. - O que ele queria? - Perguntei quando ele desligou.

- Disse que o técnico vai vir aí e é pra gente abrir o portão.

- Porra! Finalmente - Fiquei até mais animado. Me levantei e coloquei o shorts que estava jogado no chão, meu irmão continuou deitado enquanto eu dava uma geral na sala pra nossa casa não parecer tão bagunçada quanto eu e meu irmão fazíamos parecer que era.

O interfone tocou e antes de eu sair para abrir o portão joguei uma camisa em cima do meu irmão pedindo pra ele colocar, estava se exibindo demais daquele jeito e eu não gostava. Porém quando abri o portão vi que não seria problema, o tecnico era um senhor com cara de simpático e com idade provavelmente pra ser meu avô, cumprimentei ele e levei ele pra dentro, passei rápido pela sala pra ele não reparar no meu irmão jogado no sofá e mostrei a piscina pra ele, dando uma olhava rápida ele disse que iria demorar pra consertar mas conseguiria resolver naquele dia. Fiquei feliz e deixei que ele fizesse o trabalho dele.

Assim que sentei de volta no sofá o interfone tocou novamente, achei estranho e presumi que seria o carteiro ou alguma entrega, então mandei meu irmão mesmo ir atender, ele foi e fiquei dando uma olhada no celular, vi que ele não voltava e resolvi ir ver o que estava rolando.

Encontrei ele apoiado no portão conversando com um menino loiro que segurava uma sacola na mão, era menor que nós dois porém aparentava ter a mesma idade, tinha um rosto bonitinho e era bem magrinho comparado a nós dois. Percebi na hora porque a demora e me aproximei.

- Arthur chega aí, esse aqui é o Fernando - Meu irmão disse - Neto do tecnico da piscina - Meu irmão disse alto e sorrindo, fazendo o garoto ficar sem graça.

- Fala aí - Eu disse cumprimentando o rapaz. - Veio ajudar?

- Sim, mas ele pediu pra eu passar na sorveteria e trazer sorvete - Ele disse rápido demais e quase não entendi, esticou a sacola na minha direção meio com vergonha, eu achei ele bonitinho na hora, e compreendi, eu e meu irmão estávamos próximos demais e não muito bem vestidos, sorri e peguei a sacola da mão dele.

- Belezinha, entra aí senão isso aqui derrete rápido.

Voltamos pra dentro de casa e tirei três sorvetes da sacola e guardei o resto no freezer, eram todos do mesmo sabor e entreguei um pra cada. Meu irmão foi até a porta de vidro que dava pra piscina e fechou, não deixando o garoto passar.

- Seu avô disse que consegue resolver rapidinho, pode sentar aqui e chupar.

O sorvete quase caiu da mão do garoto quando ele ouviu aquilo e tive que colocar o meu na boca pra não rir, meu irmão realmente não tinha vergonha na cara.

- Ele quis dizer do sorvete - Ele acabou sorrindo também e tirou o cabelo da frente do rosto, era bonitinho mesmo, estava com o rosto bem vermelho por conta do calor. Sentei do lado do meu irmão no sofá e ele sentou no outro de frente pra nós.

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