Amor do Destino

1. A última romântica

Estava chovendo em plena segunda-feira enquanto caminhava para chegar à universidade, incrível como chove em janeiro. Chegando lá fiquei um pouco tensa em pensar como seria essa nova fase, afinal já tinha meus 21 anos e não podia ficar na mesma, queria mais, sair e viver, sentir que sou livre.

Toda minha adolescência se passou numa cidade rural, sem muita agitação e lugares para se divertir, o máximo que havia era uma praça duvidosa onde os jovens se encontravam. Para tornar mais fatídico, meu pai deixou nosso lar cedo e só restara eu de companhia para minha mãe, um pouco sufocante posso dizer.

Pelo que ouvi do ambiente nas universidades, havia liberdade de expressão, ninguém te julgava por haver tantas pessoas diferentes juntas. Eu já queria isso desde meus 15 anos, fugir da minha realidade entediante.

Minha mãe que não esperava muito de mim. Ela sabia as coisas antes de eu mesma saber, e isso estava me deixando confusa, eu queria reverter essa situação. Eu não me conhecia. Lá estava eu, tentando ser útil na vida, ser responsável e independente, e por que não começar uma faculdade e mudar de cidade? Quem sabe, um pouco distante de tudo que conheço, me faça descobrir meu verdadeiro eu.

Sentada próxima à janela, pensando em como seria um lugar totalmente novo, eu estava lá, a decisão já havia sido tomada, era hora de começar a planejar e progredir com novas situações. Se bem que odiara a ideia de andar de ônibus eternamente e ir morar num apartamento pequeno com muita gente.. Nem tudo é o que se espera, consequências de nossas escolhas e destino. Se bem que destino não é uma palavra concreta na qual se pode confiar!

Os primeiros 3 meses foram regados de festas até a madrugada, conheci muita gente legal, mas eu me sentia estranha, percebi que ir à festas para ficar e beijar não era meu estilo. Eu sempre fui introvertida, talvez minha criação e cidade me fizeram assim. Eu queria me divertir, mas na companhia de alguém fixo. Acho que sou a última romântica do interior.