41. Eu matei minha mãe

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Chegaram na casa da mãe de Yokel e o seu medo tomava forma, havia uma ambulância e um carro da polícia do lado de fora.

Vizinhos curiosos se amontoavam para ver o que tinha acontecido. Philar havia sofrido de um ataque cardíaco e se machucou gravemente ao cair e bater com a cabeça. Aguardaram a perícia terminar o trabalho para removerem o corpo.

Yokel gritava de desespero, ela tinha acabado de perder sua mãe. Suas últimas palavras foram "Eu te odeio!". Aquela frase a dilacerava por dentro, respirava rápido enquanto gritava.

Fayeda tentou segurá-la para que parasse de se debater. Um dos socorristas avistou Yokel tendo uma crise de pânico e hiperventilando, foi ao seu socorro e lhe aplicou um calmante.

Yokel já caída nos braços de Fayeda, foi carregada até seu carro de volta. Fayeda também tinha lágrimas nos olhos, sentia culpa pelo ocorrido.

Yokel estava sozinha e não tinha mais ninguém no mundo a não ser ela. Ela estava inconsciente enquanto Fayeda prometia não deixá-la.

__Você não está sozinha meu amor, eu estou aqui. Não vou te deixar.

Ela conversou com os paramédicos para saber de todos os detalhes do que havia acontecido. Levou consigo cartelas de calmante para Yokel.

Já contatou o serviço funerário para seu velório. Deixou tudo organizado para que Yokel não tivesse que pensar nisso, visto que estava muito fragilizada.

Após tudo combinado, ela voltou para o carro levar Yokel comer alguma coisa enquanto esperava. Olhou triste para Fayeda quando acordou.

__Chegamos, venha vou te ajudar. - Abraçou Yokel e a levou para dentro da lanchonete.

__Yo, você precisa comer meu amor.

__Não tenho fome. Eu não mereço.

__Ei, o que está dizendo. Eu sei que doi minha princesa, mas sua mãe te amava, ela não ficaria feliz em te ver assim.

__Ela me odiava Fay... eu fiz isso. Eu matei minha mãe.

Fayeda se levantou para sentar ao seu lado e a abraçou.

__Nada disso é sua culpa. Se quer culpar alguém, me culpe, desconte em mim. Eu deveria ter respeitado quando sua mãe me pediu que a deixasse. Vou me culpar para sempre.

Yokel já parava de soluçar e lembrou que teria de tratar do funeral de sua mãe. Fayeda explicou que estava tudo acertado. Dali elas iriam para o velório e depois para casa.

Fayeda não permitiria que Yokel ficasse sozinha naquela casa, ela também já tinha providenciado a venda do imóvel. Queria impedir que Yokel tentasse voltar. Sua ações eram possessivas, mas ela temia perder sua amada.

Haviam poucos conhecidos no velório. Yokel era a única família próxima. Em seu caixão, depositou uma foto dela criança no colo da mãe, tocou em suas mãos e pediu perdão. Saiu desolada para o abraço de Fayeda, ela também se despediu e prometeu que cuidaria de Yokel como seu bem mais valioso.

Desde o triste dia, Yokel não brincava mais. Fazia tudo em silêncio, conversavam pouco e Fayeda daria esse espaço para que ela vivenciasse seu luto. Lhe partia o coração ver Yokel sofrer dessa forma.

Nos primeiros dias, cuidou de sua medicação para conter suas crises de pânico. Se sentia mal pois não podia ajudá-la a dissipar essa dor.

Depois de 7 dias Yokel retornou às aulas. Fayeda passava muito tempo sozinha, sentia falta do sorriso dela.

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