𝟎𝟏| 𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐇𝐎𝐔𝐑

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boa leitura.

Arizona Summers
Primeira Hora: O início

OS RELÓGIOS E TRANSMISSÕES MARCAVAM SIMULTANEAMENTE duas horas e quarenta minutos antes da noite anual de expurgo começar

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OS RELÓGIOS E TRANSMISSÕES MARCAVAM SIMULTANEAMENTE duas horas e quarenta minutos antes da noite anual de expurgo começar. As ruas estavam completamente bagunçadas com o tanto de pessoas que se movimentavam de um lado para o outro, trancando seus negócios da melhor maneira possível para não serem prejudicados. O ponto dos vendedores em cada esquina era perceptível, um bando de homens desocupados vendendo armas simples para proteção, como facas, ferramentas e objetos pontiagudos. Meus olhos continuavam varrendo aquela movimentação e fixei no grupo afastado mais à frente: roupas pretas e rostos fortemente pintados de branco e sombra preta, para fazer contornos e deixar a maquiagem mais pesada e assustadora. Segui um deles com o olhar enquanto ele caminhava até um casal mais afastado de onde eu estava estacionada e implicou com eles. Enquanto ele voltava ao grupo, pude notar seu rápido olhar em minha direção; era quase impossível ele não sentir sua pele queimar, eu estava vidrada.

Observo aquela movimentação e sinto o ar parar em meus pulmões, dificultando tanto a entrada como a saída de ar. Meus ouvidos estavam zumbindo, me dificultando a escutar, e me senti perdida quando o desespero começou a tomar conta da minha mente. Eu estava com dificuldade de diferenciar o que era real do que era minha mente imaginando. No fundo, eu sabia a diferença, mas aquela queimação em meu peito e a falta de ar que não chegava corretamente aos meus pulmões me faziam sabotar meus próprios sentidos. Segurei o volante com mais firmeza, abaixei a cabeça, soltei um suspiro desesperado e puxei o ar com força.

Merda, uma crise aqui não.

Olhei para a pequena tela embutida no som do carro e marcava exatas duas horas antes dos minutos virarem novamente e meu tormento começar. Fechei os olhos, aceitando toda aquela situação e deixando meu cérebro automaticamente se acalmar, já que ficar nervosa nessa altura do campeonato não me ajudava. Em algumas horas, o hospital não iria mais funcionar, e isso me deixaria completamente fodida.

Continuei concentrada naquele zumbido nos meus ouvidos, e os batimentos do meu coração começaram a aumentar. Era sufocante. Eu queria gritar, reagir, mas não sabia lidar. Aquele pânico e medo excessivo eram muito para mim.

── Arizona? ─ Ouvi aquela voz como uma miragem, suave mas distante, que me chamava algumas vezes. ─ Arizona!

Abri os olhos, voltando à realidade que cabia a mim, e lá estava Helena, com seu semblante preocupado e toque suave em meu braço. Há quanto tempo ela estava ali?

── Respira fundo comigo, 1, 2, 3. ─ Ela falou, fazendo o exercício comigo, e eu apenas concordei, repetindo seus movimentos. ─ Agora solta.

Fizemos a mesma coisa mais algumas vezes, até que eu voltasse para mim e começasse a respirar com tranquilidade, mesmo que meu corpo ainda estivesse com pequenos espasmos da crise que acabara de iniciar.

𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐔𝐑𝐆𝐄, 𝖽𝗋𝖾𝗐 𝗌𝗍𝖺𝗋𝗄𝖾𝗒. Onde histórias criam vida. Descubra agora