𝟎𝟑| 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄 𝐇𝐎𝐔𝐑𝐒

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boa leitura.

03| Três Horas: Merda.

03| Três Horas: Merda

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── QUEM É VOCÊ?

Perguntei novamente com a voz carregada, e o rapaz na minha frente apenas fechou os olhos, respirando fundo. Ele parecia cansado e um pouco ofegante, e isso quase me fez querer baixar a guarda, com seu peito subindo e descendo rapidamente. Eu não conseguia parar de olhá-lo, observando atentamente cada movimento seu com bastante precisão; se fosse possível encarar seus átomos, eu faria. Quando ele moveu uma das mãos, meus dedos foram mais rápidos ao destravar a arma que continuava apontada em sua direção. Ele abriu os olhos e olhou para cima antes de me olhar novamente. Ele realmente estava descansando?

── Drew. ─ Respondeu baixo, mas o suficiente para que fosse ouvido por mim. ─ Eu sou Drew.

Continuei observando o menino, e meu pico de adrenalina estava muito alto. Eu não sabia o que fazer primeiro; estava tão eufórica que era extremamente notável esse meu sentimento. Era quase doloroso não tremer as mãos e passar a impressão de que eu estava confiante enquanto apontava uma arma em sua direção, quando na verdade eu estava apavorada. Apesar da agitação em meu corpo se espalhando como corrente elétrica e minha cabeça não parar por um segundo criando cenários ruins, minhas mãos estavam firmes na arma que eu portava. Meu subconsciente me bagunçou por completo quando a voz rouca e alta do meu pai gritou que sempre devemos atirar primeiro e perguntar depois, mas eu não sabia o que fazer nessa situação e nem o que estava acontecendo lá fora com o grupo de pessoas que possivelmente ainda estava rodando o bairro. Então, resolvi pensar com calma e perguntar primeiro antes de decidir atirar.

── Certo, Drew. ─ Enfatizei seu nome, deixando claro que eu não confiava nele e nem no nome que ele acabou de falar. ─ O que você estava fazendo lá fora e por que estava fugindo? ─ Disse rápido, jogando as perguntas com desespero em sua direção. Apesar de um baixo raciocínio, minha boca se movimentava rapidamente ao dizer as palavras.

Estávamos com o mesmo tipo de pensamento, barulhentos e bagunçados. Minhas perguntas demoravam a serem feitas, eu formava palavra por palavra em minha cabeça e ainda assim me bagunçava. Para que eu soasse o mais confiante possível, eu precisava dizer lentamente cada uma delas. Suas respostas eram calmas e demoradas, e isso me fez perceber que, no fundo, ele também estava nervoso. Será que, por algum motivo, era a sua primeira vez expurgando?

Ou ele simplesmente já estava acostumado a expurgar e eu dei um azar fodidamente grande?

Apesar da minha mente estar maluca pensando sobre ele e suas atividades extracurriculares correndo de um grupo de pessoas, não posso esconder o fato de que, se ele quisesse me matar, já teria feito com maestria e facilidade. Ele não me deixaria pensar na possibilidade ou até mesmo apontar uma arma em sua cara enquanto o observava com dúvidas no olhar. Ele era uma pessoa indecifrável. Seus olhos estavam tão escuros quanto a noite lá fora, mas havia um leve ar de sinceridade neles que me fazia ter empatia por ele.

𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐔𝐑𝐆𝐄, 𝖽𝗋𝖾𝗐 𝗌𝗍𝖺𝗋𝗄𝖾𝗒. Onde histórias criam vida. Descubra agora