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CHLOE GASLY

     Vim a deixar o apartamento de Arthur sendo seguida por meu irmão e me espreguicei ainda um pouco cansada. Pierre tinha me acordado fazia pouco menos de 10 minutos, e assim que despertei já percebi logo de cara que Arthur não estava lá. Não tinha o visto sair e nem mesmo ouvido o menor barulho possível, talvez meu sono e cansaço fossem tão grandes que praticamente hibernei por algumas horas.

Já passava das 14h da tarde e quando questionei para Charles sobre Arthur, ele apenas disse que talvez o loiro tivesse ido correr ou fazer compras no mercado.

O que confesso que me deixou um pouco mais aliviada, já que meu primeiro pensamento foi que Arthur estava mais uma vez tentando se livrar de mim.

- Você vai falar para nossa mãe que passou mal e que precisamos te levar até o hopistal, caso contrário ela vai brigar comigo. — Pierre me tirou de meus pensamentos e eu o olhei. - Ela não pode saber que eu estava bêbado do jeito que estava, já que você era meio que minha responsabilidade quando eles foram embora.

Dei uma risada baixa. Era engraçado como Pierre ainda tinha medo de nossa mãe mesmo já tendo quase 30 anos.

- Tudo bem. Irei inventar alguma coisa. — Falei piscando para o mesmo e vim a adentrar no carro.

As melhores memórias que eu tinha de minha adolescência eram das festas e viagens que Pierre me levava com ele. Sempre foram repletas de caos e nossos pais nunca nem imaginaram isso, já que eu não o dedurava para não perder minhas regalias de irmã mais nova.

- O que estava fazendo no quarto do Arthur? — O ouvi perguntar e coloquei e senti seu olhar em mim.

- Quando eu acordei estava dormindo entre Charles e você e vocês estavam fedendo a cachaça pura. — Falei e o vi revirar seus olhos. - Então sai para ver onde estávamos e encontrei o quarto do Arthur.

- Encontrou o quarto dele? — Meu irmão voltou a questionar com seu tom desconfiado. - E por que não saiu?

- Não fizemos nada. Apenas dormi até você me acordar. — Falei e cruzei meus braços. 

Ouvi Pierre murmurar apenas um "aham" e revirei os olhos. Ele sabia sobre minha queda por Arthur, mas nunca cheguei a entrar em detalhes sobre isso como entrava com Oliver ou Kaylee. Apesar de ser próxima de meu irmão esse era um limite no qual eu não cruzaria.

Não me sentia confortável compartilhando meus sentimentos românticos e sabia que Pierre não conseguia ficar com a boca fechada por muito tempo, então em algum momento ele iria a abrir para Charles ou até mesmo Arthur.

Preferia o deixar ficar sabendo sobre isso de forma superficial e nada além disso.

Até porque eu também sabia que Pierre jamais iria perder a oportunidade de ficar fazendo gracinhas quando Arthur estivesse por perto.

Não queria que ele tivesse esse tipo de visão de mim.

Na verdade, nem sabia como eu exatamente queria que Arthur me visse.

Apenas queria que ele passasse a me levar mais sério.

- Minha cabeça está doendo tanto que parece que fui golpeado. — Meu irmão reclamou enquando dirigia em direção a casa de meus pais.

- Você estava tão alterado que chorou quando a Kika estava indo embora por pensar que ela estava terminando com você. — Falei dando uma risada quando me lembrei da cena.

Pierre me olhou e deu uma risada sem graça. Ele negou com a cabeça e eu apenas ri mais. Adorava o ver envergonhado.

- A regra é clara, Chloe: Se eu não me lembro não aconteceu. — Ele disse dando de ombros e arqueei as sobrancelhas.

- Eu podia jurar ter visto o Oliver gravando essa cena... — Murmurei com um sorriso nos lábios.

- Então o Oliver vai fazer questão de apagar. — Pierre voltou a falar mantendo o olhar na estrada. - Aliás, Kika me pediu ontem mais cedo para avisar que o presente dela para você ainda não chegou ainda.

O olhei curiosa. Pensei que eles tinham dado o mesmo presente juntos.

- E o que é? — Perguntei e ele abriu um sorriso cínico.

- Vai esperar chegar para saber do que se trata. — Ele resmungou. - Dessa vez iremos fazer jus a palavra surpresa.

Apenas ri ao me lembrar que se referia ao último ano quando tentaram fazer uma surpresa para mim e acidentalmente Kika acabou me convidando.

Ela e Pierre juntos realmente se completavam. Eram quase como um clichle amoroso.

Me ajeitei melhor no banco quando o carro parou no semáforo vermelho e encostei a cabeça no vidro da janela começando a pensar no que eu iria dizer para minha mãe e em como eu iria voltar a dormir.

Precisava urgentemente recarregar todas as minhas energias e me livrar da maldita ressaca que eu estava.

[...]

Pequeno apenas pra dar um contexto mas eu prometo que vocês não vão se arrepender nos próximos! 🫦

delicate | arthur leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora