68. Danger (final alternativo)

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A TV exibia cenas da perseguição policial e o embate dos bandidos com a força tarefa especializada em proteger os civis nesse tipo de situação.

As imagens eram tenebrosas, é claro. Sangue pra todo lado, corpos, policiais suados e cansados, depoimentos de vítimas ou famílias das vítimas, imagens de casas baleadas, carros pegando fogo. Um show de horrores.

Eu roía as unhas de tanto nervosismo, e quando as unhas estavam todas ruídas e doloridas, eu mordia os lábios, puxando a pele devagar pra ver se de alguma forma minha ansiedade se acalmava. Mas era impossível se acalmar nessa situação.

Eu lembro quando tudo começou. Era ainda pior, pois eu não entendia. Eu sentia mais medo do que sinto agora, roía mais ainda as unhas, a ponto de sangrar. Passava horas chorando e não conseguia dormir. Quando dormia, era de cansaço ou pura exaustão de ficar acordada por tantas horas em profundo desespero.

Desliguei a TV, fingindo que não me preocuparia com nada se eu não visse as reportagens. Mas era bobagem, eu estava uma pilha de nervos, como ficava toda maldita vez.

Tentei cozinhar mas minha concentração estava longe daquelas panelas, então jantei um mero pão com manteiga só pra não ficar tremendo de fome, mas meu estômago se revirava de ansiedade de qualquer forma.

Foi só as 21:00 que consegui relaxar um pouco. Fazia muito tempo que eu não fumava, sei que faz mal então não chego perto. Mas estava muito nervosa e queria distração, então fumei só uma bituca rapidinho e senti um pouco de calma.

Mas as 21:57 meu coração deu um pulo de susto quando ouvi passos no quintal e a porta da cozinha ser brutalmente aberta, com força e rapidez, e trancada novamente com pressa.

Nossos olhares se cruzaram quando eu corri até lá. Ele estava do mesmo jeito de sempre, sangrando, alguns cortes no rosto, as mãos marcadas pelos socos que ele devia ter dado em alguém, a respiração ofegante e todo suado.

_ Merda, Yoongi!_ esbravejei_ Quase me mata de preocupação!

_ Desculpa, amor_ Ele diz em resposta._ Você sabe que é o meu trabalho.

_ Que droga de trabalho você tem_ Ironizei._ Sair por aí matando pessoas e trocando tiro pra todo lado.

_ Sair por aí protegendo as pessoas e patrulhando as ruas_ Ele rebateu, me corrigindo._ Não parecia um problema pra você no começo!

_ Não mesmo, achava que você era um herói, mas agora só vejo meu marido arriscando a própria vida pra proteger a cidade, me deixando aqui sozinha em casa com medo dele nunca mais voltar_ Quase gritei. Já estava a beira de lágrimas.

_ Mas eu voltei, não voltei?_ Ele chegou pertinho._ Eu sempre volto.

Desabei em seus braços. Ele quem precisava do meu conforto, dos meus cuidados, mas lá estava eu chorando, enquanto ele estava todo arrebentado do trabalho.

Não sei o que é mais difícil, ser casada com policial ou ser casada com bandido. De ambas as formas, nunca sabemos o que vai acontecer e quando pode ser a última vez. A diferença é que se a mulher de um bandido fica viúva, ela não ganha pensão da morte dele e muito menos ele é enterrado com honrarias.

E esse era o meu medo. Ficar viúva. Ficar sozinha.

Meus pais morreram quando eu era jovem. Só tinha meus amigos e posteriormente meu namorado, hoje marido.

Perdê-lo significaria perder grande parte de mim mesma.

_ Prometo que vou dar uma parada nos casos mais sérios e passar mais tempo com você_ Ele disse no pé do meu ouvido._ Prometo que não vou te deixar.

Suga Oneshots (MIN YOONGI FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora