Suga Oneshots (MIN YOONGI FANFIC)

93. Dollhouse pt.2

Feliz dia 27 de agosto a todos os profissionais de psicologia, como eu ❤️

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Descobrir que a Melody é minha filha foi um baque enorme. Nunca na vida eu imaginei que aquele dia no lago fosse causar isso. Pensei que eu e a Camille fôssemos amigos que cometeram um erro, depois decidimos ignorar nosso momento íntimo no lago e seguir a vida, e ela se casou com o pai da Mel 2 meses depois.

Óbvio que doeu em mim assistir minha melhor amiga e a mulher que eu tanto amava se casando com outro depois do que nós vivemos juntos e principalmente depois do dia que ficamos lá no lago.

Não tinha ninguém por perto, estávamos um pouquinho bêbados e quando percebi, já tinha beijado ela e ela já tinha tirado o biquíni. Foi esquisito porque a água limitava alguns movimentos mas mesmo assim eu estava dentro dela e mesmo assim, 18 anos depois eu descubro que fizemos a Melody naquele dia.

Eu não sei se isso me deixou feliz ou se me apavorou. Talvez os dois. Eu nunca quis ter filhos, nunca quis casar. Até porque a única mulher que eu já considerei me casar já estava casada.

A Camille sempre foi minha melhor amiga, e eu achava que ela também gostava de mim. Mas a Camille sofria demais e eu nem sei o motivo, mesmo sendo amigo dela. Ela nunca desabafa, nunca se abre. Foi inevitável a gente se afastar quando ela se casou.

E a Melody sempre foi como uma sobrinha de verdade, eu gostava muito dela, principalmente por ela ser tão inteligente e tão talentosa. Ela aprendeu piano com 5 anos, e mesmo assim continuava as aulas. Amei a Mel como uma sobrinha, mas... ela é minha filha....

Eu ainda estava sem acreditar, porque não consigo raciocinar que passei 18 anos sem saber que tinha uma filha. Não era justo com ninguém, a Camille foi uma completa idiota. O pai dela passar 18 anos pensando que era pai, eu passar 18 anos sem saber que era pai, a Mel passar 18 anos sem saber quem era o pai verdadeiro.

O relacionamento dos 3 não era da minha conta mas é claro que eu me metia as vezes. Não podia fazer muita coisa mas pelo menos eu impedia que quebrassem a casa toda. Eles não se amavam, e não sei o motivo da Camille ter aceitado casar com ele.

Claro que ela teria muito dinheiro e uma vida muito boa ao lado dele. Só que o preço disso era continuar sofrendo. Mas ela aceitou, ela pagou o preço. E a Mel também acabou pagando por isso.

Eu não sei o que faria. Não sei o que deveria fazer. Os dois continuaram brigando enquanto eu ficava ali tentando processar a informação de que eu tenho uma filha. Como eu vou ser pai depois de todo esse tempo? Como eu vou criar ela? E se ela não quiser? O que eles vão fazer?

Eu só sei que estou preocupado, porque a Melody acabou de receber duas notícias difíceis e simplesmente saiu em disparada pela porta. Mesmo que eu não fosse pai dela, eu deveria me preocupar e ajudar a procurar por ela. Ela é só uma menina, uma menina preocupada com o homem que ela chamou de pai a vida toda porque, aparentemente, ele vai morrer.

E que descobriu junto de todo mundo que aquele não é o pai dela.

_ PAREM DE BRIGAR SÓ POR 1 SEGUNDO!_ Gritei pra eles_ A MELODY SAIU CORRENDO DAQUI E NENHUM DE VOCÊS DOIS FOI ATRÁS DELA, NENHUM DE VOCÊS ESTÁ PREOCUPADO COM A FILHA DE VOCÊS PERDIDA POR AÍ?

_ Filha de vocês?? Sua filha, não é? Depois de 18 anos, filha minha ela não é_ Ele gritou de volta e eu dei um soco na boca dele.

_ Cala a boca, porra!_ Ralhei_ Camille, você não tinha o direito de esconder isso, mas por favor parem de brigar e esqueçam isso por 1 minuto e vão procurar a Mel. Ela saiu correndo sem mais nem menos.

_ Procurar onde?_ Ela me encarou_ Não sei onde ela pode estar.

_ Que ótima mãe!_ Comentei com ironia. Ela voltou a chorar._ Me desculpa, Mille, não quis falar isso. Eu só estou preocupado.

_ Ela deve estar na casa de alguma amiga_ O pai dela disse. O pai falso. Porque eu sou o verdadeiro.

Cacete, eu sou pai! Ainda não processei a informação.

_ Eu vou procurar na vizinhança, vocês liguem pra todos que conhecem_ Falei. Meu celular tocou na mesma hora e eu atendi quando saí pela porta. Não fazia ideia de onde ir e nem onde procurar mas a voz do outro lado da linha caiu como uma luva.

_ Yoongi? A Melody está aqui na minha casa, ela entrou desesperada e falando um monte de coisas desconexas_ Jimin me avisou._ Eu deixei ela e a minha filha no quarto, ela está chorando muito. Eu entendi seu nome em algum momento então liguei.

_ Tô indo aí_ Disse a ele e desliguei.

Não falei nada pros dois, deixei que ficassem mordidos de preocupação e se ferrassem um pouco procurando pela filha que eles deveriam se importar. Subi na moto e fui direto até a casa do Jimin.

Fiquei um pouco travado antes de tocar a campainha. O que eu deveria fazer? Levar ela pra casa? Conversar? E falar o que nessa conversa? Meu Deus, como é difícil ser pai.

_ Oi_ Jimin me cumprimentou._ Ela está passando muito mal, dei um remédio pros enjoos e a Crystal ajudou ela a tomar banho. O que aconteceu?

_ Eu posso te explicar melhor depois, até porque eu mesmo não sei exatamente o que está rolando_ Disse a ele_ Mas basicamente, eu sou o pai da Melody.

A boca dele se abriu e o queixo quase foi ao chão.

_ Você e a Mille.. aquele dia no lago..?_ Ele me encarou.

_ Parece que sim_ Falei, e fui subindo as escadas.

Dava pra ouvir o choro da Mel no corredor então eu bati na porta e a voz da Crystal respondeu lá dentro.

_ Pai, agora não_ Ela disse.

_ Sou eu, Crys_ Falei, e entrei. A Mel estava deitada na cama e a Crystal no chão, ao lado dela, segurando em sua mão.

_ Tio Yoon!_ Ela me cumprimentou._ Acho que não é uma boa hora.

_ Melody_ Chamei. Ela continuou chorando._ Seus pais estão preocupados, vamos embora.

_ Que pais? A mãe que mentiu a vida toda e o pai que não é meu pai?_ Ela ralhou toda raivosa, banhada em lágrimas, a voz carregada de angústia.

_ Eu, Mel_ Falei_ Eu sou seu pai e eu tô preocupado.

A Crystal também abriu a boca em choque. A Melody se sentou na cama e olhou pra mim.

_ Pai..._ Ela falou.

Foi muito estranho mas também foi... Mágico...

Eu tenho uma filha... Eu tenho uma filha!!

_ Vem, Mel_ Estiquei a mão e ela pegou_ Vamos pra casa.

Ela se levantou e eu passei o braço pelos ombros dela, caminhando pra sair dali. Sussurrei um "obrigado" pro Jimin e saí pela porta, levando minha filha pra casa.

Pra minha casa.