25. Basketballs and Pointe Shoes

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Ninguém na escola sabia o real motivo de eu e Min Yoongi nos odiarmos tanto. Ele era um inferno comigo, e eu pior ainda. Parecia dois bullies, trocando farpas, brincadeiras idiotas e provocações. E os colegas de escola só observavam, porque ninguém entendia e nem sabiam a razão de nós dois nos odiarmos tanto assim.

Mas eu te conto!

O Yoongi era novato na escola quando começaram os testes pro time de basquete. Eu já tinha visto ele jogar sozinho na quadra e depois treinando com os meninos que ele fez amizade. Então um dia eu me aproximei e disse a ele que precisava melhorar o salto dele pra fazer uma boa bandeja*.

Ele riu e me perguntou quem eu achava que era pra dar conselhos a ele e ainda me perguntou o que eu, uma patricinha, entendia de basquete. O Jimin, um dos amigos dele que também faria os testes pro time da escola, quase desmaiou de pânico quando ele abriu a boca.

Sorrindo debochada eu respondi quem eu era: a filha do treinador do time da escola. Ele ficou mais branco do que já era mas nem conseguiu dizer nada.

Se eu era vingativa? Demais! Eu só quis ajudar mas ele quem ofendeu meu ego. Então implorei pro meu pai a não aceitar ele na primeira levada de testes. Ele ficou tão bravo que veio até mim como um touro dizendo que um dia seria o capitão do time, mas nessa hora eu não sabia que ele era tão vingativo quanto eu.

Ele colou as páginas da minha apostila de balé. Não faria tanta diferença assim, visto que eu aprenderia de qualquer jeito mas era importante ler e estudar a teoria e a anatomia de cada passo. Eu tive de pagar 170$ pra comprar outra.

Então me vinguei de novo, joguei tinta na camiseta do Portland Trail Blazers dele. Era o time preferido do Yoongi e ele tinha um autógrafo do armador na lateral da camiseta, de quando ele assistiu um jogo na casa do time, em Oregon. Eu não deixei a tinta chegar perto da assinatura mas de resto ela ficou acabada.

E aí ele se vingou também, pintou as minhas sapatilhas preferidas de preto. Não era tão ruim assim visto que as sapatilhas podem ser de qualquer cor e muitas vezes as bailarinas realmente pintam, mas aquele par era o meu preferido e o que eu mais usava nas aulas. Eu já havia ganhado competições com elas. E novamente eu tive de pagar caro pra comprar novos.

E me vinguei mais uma vez, tornando isso um jogo de quem seria pior. Furei as duas bolas de basquete que ele tinha e levava pra escola, fiz isso com dor no coração mas fiz. O basquete era importante pra mim e pro meu pai, eu só preferia o balé como esporte. Mas furei, e ele surtou. Teve que comprar uma nova.

A vingança dele? Amassar as chaves do meu carro. Minha vingança? Colar com super cola um desenho de um pinto com veias grossas na janela do carro dele.

A essa altura os testes já haviam recomeçado e eu consegui o papel de Odette no recital do Lago dos Cisnes e ele conseguiu a posição de ala-armador. Até apelidaram ele de Suga, porque em inglês se dizia shooting guard.

Se as vinganças e provocações pararam? Não, pior que não. Agora dentro do time a gente se via com mais frequência, e ele foi obrigado a aceitar que eu estava certa, melhorando o salto dele e o desempenho. Mas ele sempre debochava de mim em qualquer coisa e eu também sempre tirava sarro dele em tudo.

Quando ele foi visto aos beijos com a Noah, a gringa de intercâmbio, em uma festa eu fui obrigada a ficar brava. Porque a Noah me odiava. Por que? Não sei, mas ela me odiava. Ele exibia ela como se fosse um troféu, como se fizesse questão de mostrar pra mim que estava pegando a minha inimiga.

Então eu peguei o Jimin atrás do carro dele. Quando o Yoongi apareceu e viu nós dois naquele amasso, quase se comendo em cima do carro dele, ele ficou muito bravo, e disse pro Jimin que nunca mais emprestaria o carro pra ele. Eu achei engraçado porque o Jimin tinha carro próprio.

Então dali pra frente as provocações ficaram piores, até o dia em que a Noah finalmente voltou pro buraco de onde ela saiu. Apesar do Jimin beijar bem, dispensei ele também.

E aí aconteceu.

Tentaram me dopar em uma festa, mas ele viu. A gente se odiava e se "agredia" com essas provocações e vingancinhas estúpidas mas ainda éramos humanos e o Yoongi tirou o copo da minha mão e expulsou o cara aos socos dali.

Ele me levou pra casa e eu beijei ele.

Na escola nada mudou. As pessoas olhavam pra gente se xingando, rabiscando a mesa um do outro, empurrando, se provocando, eu beliscava ele e ele bagunçava meu cabelo... Provavelmente pensavam que a gente queria a morte um do outro.

Mas por de trás das cortinas ninguém via ele aparecendo de madrugada na minha casa, ninguém via eu fazendo cafuné no cabelo dele, ninguém via os beijos grudados na parede, ninguém via nossos bonés dos Lakers combinando, ninguém via o papel de parede do meu celular sendo uma foto dele fazendo uma enterrada no ar e o papel de parede dele sendo eu fazendo um arabesque. Ninguém via o quanto a gente era perfeito um pro outro.

E tudo bem, isso não importava. Só importava eu e ele.

E a propósito, ele de fato virou capitão do time. E eu nem tive nada a ver com isso, foi mérito próprio.

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*Bandeja, ou lay up: No basquete, quando o jogador se aproxima ao máximo da cesta, com dois passos, pula e solta a bola já bem perto do aro.
Enterrada: literalmente colocar a bola dentro da cesta.
Arabesque: posição em que uma perna está elevada no alto, atrás do corpo, uma mão está na frente esticada e a outra está esticada atrás, ao longo da perna elevada.

Hoje eu estava inspirada e escrevi algumas histórias, agora voltamos a programação normal de duas histórias por semana. E mais uma coisa: se você está em uma festa e perceber seu drink borbulhando de repente, com muitas bolinhas em volta, ou se ele estiver com um gosto muito amargo OU muito salgado, NÃO BEBA. Pode ter sido drogado com alguma substância.

Borahae 💜

Suga Oneshots (MIN YOONGI FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora