Consequences

04.

15:56 P.M. – San Diego, CA, Estados Unidos – 2016

Às 15:56, o sol brilhava intensamente sobre San Diego, e a brisa do Pacífico trazia um frescor revigorante. Eu estava no quintal da minha casa, desfrutando de um momento de paz e tranquilidade depois de um longo dia. Após o café da manhã com minha família, tirei um tempo para descansar, sabendo que à tarde teria um compromisso especial com minha irmã.

— Kaki, vamos! — Sofia apareceu correndo, com a boia de baleia gigante na mão. Seu entusiasmo era contagiante, e eu não pude deixar de sorrir.

— Estou pronta, Sofi! — respondi, levantando-me e pegando minha bolsa de praia.

Fomos até Windansea, uma praia que adoramos. A caminhada até lá foi agradável, e quando chegamos, estendi a toalha na areia, enquanto Sofia corria para a água com sua boia. Observei-a por um momento, feliz por vê-la tão animada.

Enquanto Sofia brincava, minha mente voltou à Tenente-Coronel Jauregui. Pensar nela me fez lembrar das dificuldades que muitos enfrentam e de como é crucial estar preparado para oferecer apoio. Eu sabia que a próxima semana seria intensa, mas estava determinada a ajudar Jauregui da melhor forma possível.

— Kaki, vem pra água! — Sofia gritou, acenando para mim. Levantei-me e fui até ela, mergulhando no mar e sentindo a água fria me revigorar.

Passamos a tarde nadando e brincando na areia. Sofi falava sem parar sobre a escola, os amigos e suas aventuras com a nova boia. Eu aproveitava cada momento, sabendo que esses instantes de felicidade eram preciosos.

Quando o sol começou a se pôr, decidimos voltar para casa. No caminho, paramos para tomar um sorvete, algo que se tornou uma tradição em nossos passeios. Sentadas no banco, com nossos sorvetes coloridos em mãos, absorvíamos os últimos raios de sol da tarde.

Sempre curiosa e falante, Sofia deu uma lambida no sorvete de morango e olhou para mim com os olhos brilhando de curiosidade.

— Kaki, você já teve um primeiro amor?

A pergunta dela me pegou de surpresa, mas sorri enquanto pensava em como responder. Minha mente vagou para lembranças fugazes, momentos que eu ainda tentava entender. Sentimentos que pareciam estar além do meu alcance na época.

— Bem... — comecei tentando encontrar as palavras certas. — Acho que o primeiro amor é algo especial. É um sentimento tão único e intenso que é difícil de descrever. Quando você gosta de alguém pela primeira vez, é como se o mundo ficasse mais brilhante e tudo ao redor tivesse mais cor. Você sente uma felicidade que nunca sentiu antes, mas ao mesmo tempo, uma ansiedade, um friozinho na barriga.

Olhei para Sofia, que ouvia atentamente, com os olhos fixos em mim.

— É como se você quisesse passar todo o tempo do mundo com essa pessoa. Você pensa nela o tempo todo e se sente feliz só de saber que ela existe. Mas, ao mesmo tempo, também pode ser confuso e até um pouco assustador, porque é um sentimento novo e intenso. Às vezes, você nem sabe direito o que está sentindo.

Sofia franziu o cenho, pensando.

— Mas, Kaki, você já sentiu isso?

Parei por um momento, considerando a pergunta com mais seriedade do que antes.

— Sabe, Sofia, eu acho que ainda estou esperando sentir algo assim. Já gostei de algumas pessoas, mas acho que o primeiro amor verdadeiro é algo que ainda não vivi. Talvez um dia, eu sinta tudo isso de forma plena. Mas até lá, continuo aprendendo e entendendo mais sobre mim mesma e sobre o que significa amar alguém de verdade.