Mil vezes você, cabeça-de-tangerina! (kagehina)

Corrida

Sejam bem vindes! ai amo a boiolice desses dois... Boa leitura!

Capítulo XX

Corrida.

Quer dar uma corrida? — H. S.

Depois da vitória contra o Inarizaki, o treinador pagou nosso jantar em um restaurante chique.

Sinceramente não faço ideia do que significa metade das coisas no cardápio. Está tudo em inglês.

Olho para Hinata ao meu lado. Ele está concentrado em ler.

Aposto que não está entendendo nada também.

— Está entendendo alguma coisa? — falo baixo, cutucando ele por debaixo da mesa.

Toco sua coxa e deslizo os dedos até ele prestar atenção em mim.

— Não — respondeu e pelo canto do olho vejo seu rosto ficar vermelho. — Você tá?

— Não, não era mais fácil ir em um restaurante japonês? — Franzi o cenho. Nem gosto de comida americana.

A perna de Hinata é quente, então espalmo minha mão por ela, absorvendo o calor dali.

É gostoso.

Olho novamente para o cardápio. Bem, eu nunca experimentei, mas o que quer que signifique "french fries and meat" eu não acho que vou gostar.

— Tobio… — ele me chama, me fazendo tirar os olhos do cardápio.

— Hm — falo, mas ele não responde.

Então sinto sua mão por baixo da mesa, empurrando a minha para fora da sua coxa.

Só então percebo que ela estava perto demais da sua virilha.

Ah…

Engulo seco.

— Eu não…

— Tudo bem, Hinata? — o treinador pergunta, me interrompendo e encarando o rosto completamente vermelho de Shoyou ao meu lado.

— Ah, é… sim, eu só tô com fome — falou, mais embolando as palavras do que falando.

— Bem, considerando que vocês jogaram muito, devem estar mesmo famintos — Takeda-sensei diz, com seu sorriso simpático. — Vamos pedir então.

Vejo Hinata sorrir meio sem graça.

E então ele me dá um leve chute na canela. Que doeu pra caramba.

Ninguém mais parece estar prestando atenção no que está acontecendo, então eu seguro sua mão debaixo da mesa.

— Não foi a intenção — falei baixo, me sentindo meio desconsertado. — Desculpa.

Pedir desculpas ainda é meio novo. É sempre uma sensação estranha quando vou dizer.

— Tá bom — respondeu, apertando meus dedos levemente.

Por mais que essa não seja a hora nem o momento, não posso deixar de pensar naquilo.

Eu quero tocar mais nele. Quero ver cada pedaço. Cada parte dele. 

Eu estou ansioso por isso.

Eu não sei se devo dizer isso para ele ou se é meio estranho… eu só quero passar mais tempo com ele daquele jeito.

Quando a comida chega, consigo me distrair um pouco, mas minha mente está longe demais de tudo.

Estou pensando no jogo de amanhã contra o Nekoma. No meu videogame que deixei na bancada da sala onde minha irmã pode ver. Nas matérias que estou quase reprovando. Em… "Você não vai se mexer?"