Imprevisto

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Capítulo XVI

Imprevisto.


Eu sempre quero quando é você.

 — K. T.

Quando acordei, os dedos de Hinata estavam enrolados no meu. Seu braço está esticado, segurando a minha mão, e sua bochecha está pressionada no travesseiro, deixando seus olhos comprimidos em uma linha fina. Sua boca entreaberta deixa um filete de baba descer. 

Por que eu acho isso adorável?

Quando percebi, já estava sorrindo feito um idiota pra ele.

Acordei cedo demais. Talvez seja a ansiedade para o jogo de hoje. Última partida para as semifinais.

Mas não é o que mais me causa ansiedade.

Hinata vai para minha casa depois desse jogo. Temos um intervalo de dois dias até voltar para as semifinais. Não podemos perder muitas aulas.

Hinata vai para minha casa depois desse jogo.

É a única coisa que fica na minha cabeça.

Quero vencer essa partida, é óbvio, mas qualquer que seja o resultado, eu vou sair ganhando no final do dia.

Tenho pensado sobre isso. E, por isso, estou evitando encarar demais ele.

Não que esteja funcionando.

Mesmo quando ele não está perto meu coração acelera feito um louco ao pensar nele.

Paixão é isso? Sempre falaram que era algo intenso.

Não achei que fosse assim. Às vezes dá dor de barriga. Mas quando eu olho pra ele tudo fica só… bom. Muito bom.

Ele se remexe um pouco, e vejo o momento que abre os olhos.

Por um instante, o mundo é um mar castanho. Olhos úmidos e brilhantes. Como eu nunca percebi que ele era tão lindo assim?

Na verdade, acho que nunca reparei tanto em ninguém.

Olhar ele é bom. Eu gosto.

Ele psica algumas vezes, me olhando em seguida.

E então ele fecha os olhos, enfiando o rosto no travesseiro.

Fofo.

— Bom dia — falo, baixo, mas o suficiente para ele ouvir.

Ouço seu bom dia abafado pelo travesseiro.

Ele ainda não soltou minha mão, então olho em volta, percebendo que a maioria está dormindo ou já saiu do quarto.

Me aproximo, puxando seu rosto do travesseiro.

Olho em volta mais uma vez, e então beijo ele.

Rápido. Mas o suficiente para ele paralisar e me olhar por longos segundos.

Solto sua bochecha quando ouço passos se aproximando.

Volto para o meu colchonete a tempo, antes da porta abrir.

— A duplinha do terror já acordou — Sugawara fala, aparecendo no quarto com os cabelos úmidos. — O café sai às 7, levatantem.

Assenti, disfarçando meu coração que bate freneticamente no peito.

Hinata parecia levemente em pânico, mas também se levantou, indo ao banheiro.

Enrolei, arrumando a cama disfarçadamente enquanto ele saia do quarto.

Mil vezes você, cabeça-de-tangerina! (kagehina)Onde histórias criam vida. Descubra agora