Febre

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Sejam bem vindes! Boa leitura :)

Capítulo XXIII

Febre.


Preocupado, né? — I.M.V.I (irmã mais velha idiota!)

A claridade nos meus olhos me incomoda, mas mesmo assim não os abro.

O peso no meu peito é confortável demais, quente demais.

Abro apenas um olho para ver a cabeleireira ruiva espalhada no meu peito. O rosto virado para cima. A boca entreaberta enquanto ronca suavemente. As bochechas rosadas.

Levo a ponta dos dedos até sua testa, tirando os cabelos levemente suados. Está quente. Muito quente.

Franzi o cenho.

Quente demais.

— Hinata — sussurro, impulsionando meu corpo para frente.

Ele resmunga, mas não abre os olhos.

Inclino o corpo para o lado, deixando ele cair lentamente no colchonete enquanto me esguio para sair dos seus braços.

O vento gelado bate no meu rosto assim que levanto a cabeça.

Dormimos com as janelas abertas.

Será que ele pegou um resfriado?

— Hinata — tento de novo, colocando a mão novamente no seu rosto. Está fervendo.

Hoje é o último dia do campeonato. A final. Hinata ficar doente é o pior cenário possível.

Ele resmungou de novo, antes de abrir os olhos devagar por causa da claridade.

— Tobio? — falou, coçando os olhos.

Sua voz ao menos parecia normal.

— Como está se sentindo? — falei, puxando seu cabelo para trás da orelha.

Ele franze o cenho e logo depois seu rosto de fica ainda mais vermelho.

— Eu t-tô bem, por que perguntou isso? — falou, desviando o olhar. — Nem doeu tanto assim…

Meu rosto petrifica. 

Não era disso que eu tava falando.

— N-não é isso — falo, sentindo meu rosto formigar. — Eu tava falando porque você tá muito quente, não adoeceu, né?

Demorou pelo menos uns dois minutos para ele me olhar.

— Não… — respondeu, mas felizmente ele é um péssimo mentiroso.

— Hinata… — falo, capturando seus olhos culpados.

— Eu tô bem, só tô com um pouco de frio — diz, e isso me deixa inquieto.

Ele ter febre essa hora não é nada bom.

Há uma diferença de dois dias até a final. Estamos na minha casa. Praticamente só treinamos e descansamos esses dois dias. Quando ele ficou doente?

— Vou achar um termômetro — falo, me afastando.

— Não! Eu já disse que…  cof cof — falou, se atropelando em tosse depois.

— Vamos para o hospital! — falei, já sentindo o desespero me apossar.

— O quê? — falou, se levantando em seguida. — Não gosto de hospital!

— Mas você…

— Bom dia, que agitação é essa? — minha mãe diz, surgindo das cinzas na porta do meu quarto.

Mil vezes você, cabeça-de-tangerina! (kagehina)Onde histórias criam vida. Descubra agora