Namorados

836 89 101
                                    

Sejam bem vindes! Amo demais esse capítulo. Boa leitura!

Capítulo XIV

Namorados.

Mas a gente já não tava namorando? — H. S.



Finalmente o campeonato chegou.

Treinamos por semanas para enfim ter esse momento.

Estava beirando às seis da manhã. Tínhamos que sair cedo para chegar na pousada e dar tempo de fazer tudo.

Porém, estávamos todos com sono e bocejando.

Hinata escovava o rosto no meu ombro, quase cochilando enquanto todo mundo andava de um lado para o outro tentando despertar melhor.

— EU DISSE EM FILA — Daichi gritou, fazendo todos os pelos do meu corpo arrepiarem.

Senti Hinata espasmar, acordando. Puxei seu braço e me arrastei para atrás de Yamaguchi em uma fila indiana na frente da quadra de vôlei.

Ele estava especialmente nervoso hoje. Talvez porque fosse nosso primeiro jogo depois da vitória contra o Shiratorizawa. Estava até em silêncio.

— Vamos sair agora, se lembram do que eu disse ontem? — o capitão falou, cruzando os braços.

— Para o casalzinho aqui não brigar e nem fazer bagunça — Tsukishima falou, apontando para mim e Hinata.

— O que disse, paspalho? — falei, me virando para ele.

Eu e Hinata nem estávamos brigando mais! Já faz uma semana que o capitão não chamou nossa atenção nenhuma vez. Mas isso não me impedia de brigar com esse cabeça-de-batata!

— Vai dizer que é mentira, rei? — falou, com aquele sorrisinho irônico que quase me fez voar na cara dele.

— Por que você não toma conta da sua vida? — Hinata falou, dando um passo para fora da fila.

Acompanhei ele, nossa, como esse cara me tira do sério.

— CALEM A BOCA — Daichi gritou, me fazendo pular do lugar. — Se brigarem de novo, deixo vocês três no banco.

Hinata abriu a boca, mas fechou em seguida. Não valia a pena não jogar por causa de um intrometido falador.

Mas que me tirava do sério, tirava!

Depois de um tempo, o treinador chegou com o ônibus. Entramos em fila, quietos, porque Daichi estava terrivelmente rígido hoje.

Me sentei na última fileira, sendo acompanhado por um Hinata sonolento e resmungão. Estava dizendo algo sobre ser injusto brigar com a gente sendo que não estávamos brigando mais.

De certa forma, era verdade. Mas acho que era só para assustar a gente.

— Durma um pouco — falei, me sentando ao lado da janela.

Fechei a cortina, para o sol não atrapalhar o sono dele quando amanhecer.

Ele escorou a cabeça no meu ombro, deixando o peso do seu corpo cair sobre o meu.

— Posso colocar uma música? — falou, apontando para o meu celular.

Entreguei o aparelho para ele, pegando meus fones.

— Vamos dividir — ele falou, quando tentei colocar os dois nele.

Peguei um fio, colocando um lado no meu ouvido e outro no dele.

Ele aciona a música, fechando os olhos em seguida, mas não dorme. Na verdade, ele fala como se não estivesse morrendo de sono a dois segundos atrás.

Mil vezes você, cabeça-de-tangerina! (kagehina)Onde histórias criam vida. Descubra agora