Capítulo 11

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Depois da invasão, a base estava um caos organizado.

Organizado pelo fato de que todas as meninas davam seu melhor, tentávamos colocar tudo em seu devido lugar e entender o que realmente tinha acontecido.

As cicatrizes do ataque estavam ainda visíveis, mas aos poucos, a ordem e a normalidade começavam a retornar. Cada uma fazendo um pouquinho ajudava a harmonizar nossos dias.

Fiquei mais amiga de algumas como a Pri, Léia,Josy, que eram as mais chegadas a minha mãe Carol, mas fui conquistando meu espaço e respeito principalmente com as novatas como eu.

Cada momento que eu podia, aproveitava para observar a interação entre as minhas mães. As observava trabalhando incansavelmente para restaurar o que havia sido destruído. Se estou sendo repetitiva, peço desculpas mas era fascinante vê-las juntas, a forma como se complementavam e como o respeito e a admiração entre elas cresciam a cada dia. E o amor? Esse também!

"Passa a chave de fenda, Maria," - pediu Carol, concentrada em ajustar uma das câmeras de segurança. Minha outra mãe revirou os olhos, mas entregou a ferramenta com um sorriso brincalhão.

" Você, pela milésima vez me chamou de Maria e vou acabar deixando você fazer isso sozinha, Carol. Só gosta de me ver irritada, não é?" - ela provocou, recebendo um olhar divertido de Carol.

"Talvez..." - Carol respondeu com um sorriso que iluminou seu rosto cansado. Eu estava sentada perto trabalhando em outro sistema de segurança, observando e tentando absorver cada detalhe. Elas pareciam tão naturais juntas, e isso me fazia feliz de um jeito que eu não conseguia explicar. Vê-las era minha atividade favorita.

Enquanto trabalhávamos na reconstrução de cada detalhe da base eu percebia pequenos gestos de carinho entre elas. Um toque de mãos aqui, um olhar cúmplice ali, vários envios de beijos no ar, bem como vários selinhos roubados e compartilhados. Se elas já haviam transado? Com certeza, mas sobre isso vou me poupar dos detalhes. Afinal, amo as duas mas sobre isso não quer saber.

Havia algo de reconfortante em ver o amor florescer entre elas. Eu sempre soube que Rosa era incrível, mas vê-la se aproximar de Carol, e Carol lentamente se abrir, era algo que eu nunca pensei que veria e muito menos em ter.

"Filha, você pode verificar a conexão do novo sistema de segurança?"- perguntou Rosamaria.

"Claro!" - respondi, animada por poder ajudar. Eu me levantei e fui até o painel de controle. Enquanto verificava as conexões, ouvi as duas rindo de algo e assim comecei a escutar:

"Você lembra daquela vez que eu tentei fazer aquele prato italiano e quase incendiamos a cozinha?" - Rosamaria comentou, rindo.

"Como esquecer? Tivemos que jogar água em tudo!" - Carol respondeu, rindo também. Eu me juntei às risadas delas, lembrando daquele dia caótico, mas divertido.

Nossos dias eram intensos, mas também havia momentos de leveza e alegria. À noite, sempre nos reunimos para jantar e conversar. Carol estava quase cedendo na possibilidade de morar com a gente e assim sair das instalações dentro da base. Cada vez mais eu gostava de ouvir as histórias dela sobre sua vida antes de nos encontrar, e Rosamaria sempre tinha uma maneira de tornar qualquer situação engraçada.

"Mãe, você ainda não teve nenhuma pista de quem conseguiu a localização e invadiu a base?" - perguntei, curiosa em um determinado momento.

"Recebi uma pista anônima," - ela respondeu, a expressão ficando séria. - "Ainda estamos tentando rastrear quem nos enviou a informação e assim chegar em quem nos atacou."

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⏰ Última atualização: Jul 31 ⏰

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