Capítulo 10🔥

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Acordo assustada, sinto que o meu corpo foi amarrado com cordas em uma cadeira. A minha boca está com uma mordaça para que não saia nenhum som dela. Tento me mover, mas é em vão. Uma venda cobre meus olhos. Aonde eu estou? O que diabos fizeram comigo?

Minhas últimas lembranças foram voltar do bosque com a Lótus, após isso cada uma se despediu e foi para os seus aposentos. Eu tomei um banho que durou horas, por conta do fedor do sangue azul royal da besta. Coloquei um pijama confortável e cheio de botões, conferi as armadilhas e adormeci.

Aguardo, aguardo e aguardo. Não é possível que me deixarão para morrer sem nenhuma explicação do motivo pelo qual eu estou nessa situação de merda.

A porta do lugar que me aprisionaram é escancarada e um ser entrou por ela, o seu cheiro era de terra molhada.

- Já acordou, Celeste?

Se eu estivesse sem essa mordaça estaria xingando-o de todos os xingamentos desprezíveis que eu conheço.

- Aé esqueci, vou retirar essa sua mordaça. -e é isso que ele faz. - Precisamos conversar, não é mesmo?

Pelo jeito esse homem gosta de tagarelar, vou engolir a minha raiva e escuta-lo.

- Você deve ter muitas perguntas. Podemos começar com o por que você está aqui? Bom, é uma disputa não é mesmo? E só sobrevive o melhor no final. Você foi sequestrada e tem um dia para sair desta sala e voltar para o Palácio.

Tá de sacanagem que estou participando de mais uma prova brutal do rei Damian? Se pudesse distribuir azar eu distribuiria, já tenho o bastante para três vidas.

- Sabe como são as regras, caso você não consiga sair, não vai estar mais participando da disputa e como a única regra diz que somente haverá um sobrevivente no final, você já sabe o seu fim caso não consiga voltar.

Por motivos óbvios eu não o via, mas conseguia sentir o prazer dele em me ver morta em cada palavra que saia de sua boca.

- Tenho que me soltar e voltar para o Palácio, mas você não mencionou se haverá alguém me impedindo de fazer isso? -digo.

- Bem lembrado, um competidor está encarregado de impedir que você consiga continuar na disputa. Vida por vida, Celeste. Ou você sobrevive ou ele, claro que ele fará de tudo para que não seja o nome dele no livro dos mortos. E seja o seu.

- Sem mais perguntas. -digo ríspida.

- Muito bem, boa sorte. Só mais uma coisa, você dormiu por muito tempo por conta das drogas que te injetaram, o que te prejudicou e deixou o tempo ao seu desfavor. Se quer ter alguma chance de sobreviver é melhor se soltar logo.

O barulho da porta se fechando e a falta de seu cheiro foi o que me deu a certeza de que ele não estava mais na sala.

O cheiro de ferrugem da sala preenche as minhas narinas. Não faço ideia da onde eu estou, não vi nada do tipo na planta do Palácio, não estou nele isso eu tenho certeza.

Minhas pernas estão presas em uma corda, começo a mexer elas e percebo que não estou mais com o meu pijama, estou com o meu traje, sem minhas adagas nas coxas, mas a da bota ainda está lá. Não entendo, não me recordo de o ter colocado, devo ser sonâmbula.

Há dois tipos de cordas uma nos meus pulsos e outra nos meus tornozelos.

Tento me mexer para ver se consigo afrouxar a corda que envolvia os meus pulsos e consigo um pouco. Começo a cegas a tentar desamarra-la, depois de cinco minutos a corda cai no chão.

Tiro a venda de meus olhos e vejo o ambiente insalubre que me mantiveram presa. Era um quarto pequeno, construído a base de aço puro que com o tempo por conta da umidade e do oxigênio enferrujou, isso explica o cheiro de ferrugem impregnante no ar.

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