Acordei com o doce barulho de chuva e o farfalhar do vento nas árvores, as nuvens densas e acinzentadas preenchem o céu, e alguns raios o iluminam. Amo chuva e o cheiro de terra molhada que advém dela.
Recebemos um comunicado de que hoje não haverá prova, o que permite a minha lesão a melhorar no tempo dela. Ainda estou mancando e busco evitar ficar em pé por muito tempo.
Tomo o meu café da manhã em uma mesa de frente a uma grande janela, fico a observar a chuva escorrer por ela. A fumaça do meu café com leite e do meu misto quente, chega até as minhas narinas e um sorriso surge em meus lábios. Que delícia. Gosto dessa paz que um dia de chuva traz.
Mas a paz não durou muito tempo, já que Quinlan se senta em meu lado com um prato cheio de pedaços de bolo de chocolate com cobertura de ganache e uma xícara de café puro. Tá de brincadeira, aonde ele achou esse bolo? Parece estar tão gostoso.
- Bom dia, Tempestade.
- Bom dia, Quinlan.
- Ah, não gosto quando me chama assim. -ele diz franzindo as sobrancelhas como se estivesse se sentido ofendido.
- Mas esse é o seu nome, não é? -digo sem entender o que ele realmente quer dizer.
- Vamos lá, gosto mais quando me chama de canalha, idiota, monstro e louco, esqueci de algum? -ele zomba de mim.
- Bobo. -digo revirando os olhos.
- Esse é novo, de fato. - ele sorri, sem mostrar os dentes.
Olho para o seu prato, e o cheiro delicioso me deixa em êxtase. Meus olhos brilham por um segundo. Pisquei e o brilho sumiu.
- Sabe, se você quer tanto um pedaço é só me pedir, não precisa me olhar com esses olhos de cachorrinho fofo e pidão. -ele diz rindo.
- Eu não tenho olhos de cachorrinho pidão! -falo deverás brava.
- Ok, ok, não tem. -ele diz colocando dois pedaços em meu prato.
- Obrigada, Canalha. -digo sorrindo.
E ele sorriu de volta, um sorriso verdadeiro mostrando as suas presas lindas. E eu corei.Finjo um engasgo. E o coitado ainda tenta me ajudar batendo em minhas costas, ele coloca as enormes mãos em meu rosto, meu olhar encontra o dele e ele me diz.
- Esta tudo bem, Tempestade, não precisa fingir engasgar para esconder que realmente gosta de mim. -ele diz piscando um olho e tirando as mãos da minha face.
- Canalha. -bufo.
Ele gargalha. E o som da sua risada é música para os meus ouvidos. Ele está feliz, acho que nunca o tinha visto assim. Radiante.
- Tão doce, Tempestade. Quase não reconheço a fêmea arisca de uns meses atrás. - ele diz enquanto come um pedaço do bolo.
Eu aproveito e faço o mesmo, nossa como é gostoso, valeu a pena cada vergonha que acabei de passar.
- Até que você não é tão canalha assim, Quinlan. -digo enquanto enfio o restante do bolo na boca.
- Você ainda não viu nada, doce Tempestade. Posso ser muito canalha quando quero. - e dessa vez ele não sorriu.
🔥🔥🔥
- Você é péssima nesse jogo. - diz Lótus, ao ganhar pela décima vez.
- Eu te disse que não sou muito boa em bisca. -digo rindo.
- Você não é muito boa, é horrível mesmo. -ela rir.
- Tudo bem, tudo bem, pode me humilhar o quanto quiser, Amazona fodona, pika das galáxias na bisca, deusa do sol e linda de morrer. Quem seria eu perto de tamanha magnitude. -caçoo ela.
- Obrigada, obrigada. -ela diz agradecendo igual a aqueles atores de teatro no final da peça.
- Sinto falta de casa. -ela admite.
- Do que exatamente?
- Dos meus pais e da minha irmãzinha, eles são tudo para mim. Sinto falta da minha gatinha Lisa, e da minha biblioteca.
- Você sente falta de muita coisa. -digo rindo.
- Pare de me zoar, estou falando sério. -sua feição não está para brincadeira.
- Ok, sem brincadeiras.
- E você sente falta de alguém? -ela diz curiosa.
- Sinto falta dos meus amigos, eles são tudo o que tenho, são a representação mais próxima de família que eu tenho.
- Sabe, Celeste, tem momentos na vida que só queremos ficar sozinhos, mas, existem outros que o que mais anseamos é um abraço de alguém que amamos, sem julgamento e nem falsidade. Um abraço verdadeiro. Um abraço amigo.
- Está me pedindo um abraço, Lótus Garden?
- Não, só estou te falando que se caso precisar de um abraço eu vou ser o abraço amigo para acalentar as suas dores. - ela diz firme.
- Você é uma boa amiga, Lótus.
- Para com isso, eu sou uma ótima amiga! - ela diz balançando os ombros toda se achando.
- Realmente, você é. Agora bora jogar damas, estou cansada de perder para você nesse jogo.
- Má perdedora. Tudo bem, vamos jogar damas. - ela diz sorridente.
Olho para ela e fico triste só de pensar em perde-la nesse campeonato doentio. Ela é uma boa amiga, mas, além disso é um ser incrível, seu sorriso ilumina o ambiente, a sua doçura e força encanta a todos. Droga, me apeguei a ela. Fiz dela a minha melhor amiga, e agora vou ter que arcar com as consequências da minha escolha.
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Chamas Flamejantes
Fantastik🔥Ela foi destruída e forjada em algo novo, mas não menos aterrorizante. Queimaria o mundo se fosse preciso para silenciar o seu desejo de vingança. Me diga de que modo você, caro leitor, se sentiria se tudo que amassasse fosse queimado até virar ci...