"Walk me home in the dead of nightI can't be alone with all that's on my mind, mhmSo say you'll stay with me tonight'Cause there is so much wrong going on outside"
Walk me Home - P!nk
Chegando em casa, encontro T no sofá, assistindo um programa qualquer, ao mesmo tempo em que mexia no celular.
- E ai, T, como que ta a faculdade?
- Até que tem sido mais interessante esse período. To ficando mais preso na matéria.
- Ah que bom, estava preocupada que período passado você estava super desanimado.
- Mas e você, vi que os treinos de basquete já voltaram, to pensando em ficar de fora nessa temporada. To muito enrolado com a faculdade.
- Ah, é uma pena. Descobri que o novo capitão do masculino é Nicholas Walker.Sinto a preocupação de T.
- Bom, toma cuidado. Acho que vocês não vão ter contato nenhum por conta do basquete, mas quero que qualquer coisa você me avise, que eu coloco ele no lugar dele rapidinho.
Rio da sua ameaça e resolvo não contar das mudanças no treino, não preciso ouvir mais ameaças por conta do meu irmão ser tão protetor comigo. Continuamos conversando, tinha um tempinho que não passávamos sozinhos assim.
- Ah, o papai mandou mensagem pra você hoje, Tay?
- Não, por quê?
- Ele quer que a gente almoce lá no domingo.
- Nossa, mas será que tem algum motivo? No aniversário dele ele estava bem emotivo também.
- Você realmente não lembra? - Sinto a tristeza em sua voz.
- É essa semana? - Subitamente meus pensamentos ficam turvos e sinto o clima pesar.
- Sim, fazem 10 anos que a mamãe sumiu.
- Ela não sumiu, ela nos abandonou - O corrijo, sentindo minha garganta apertar.
- A gente não sabe disso.
- Claro né, o papai sempre tangencia esse assunto, quando questionamos.
- E você o culpa?Não o culpo. Ele fez o possível e impossível pra nós termos a melhor infância possível. Mas eu sempre quis respostas dele e a única coisa que tenho são boatos de outras pessoas.
- E você acha que... Que os boatos são verdade?
- Bom, não duvido que ela fosse drogada e tenha ido embora com outro cara. Pelo menos é a fofoca mais coesa que eu já ouvi. E você não se lembra daquela época?
- Muito pouco, a gente só tinha 12 anos.
- Mas eu me lembro. Me lembro das brigas, do papai gritando e perguntando quem que era o outro cara. Me lembro da mamãe distante naquela época e dela... Dela ter feito isso - o olho com pesar, enquanto passo a mão na cicatriz em sua testa.Com meu toque, seus olhos começam a ficar marejados. Sinto meus olhos queimarem também. É quase que um reflexo pra mim, sempre choro quando vejo alguém chorar, principalmente quando esse alguém é T. Nunca o vi derrubar nenhuma lágrima nos últimos anos, então o ver desse jeito quebra meu coração. O puxo para um abraço e ele enterra seu rosto no meu pescoço e funga.
- Te amo, T - sussurro o apertando forte.
Mamãe naquela época começou a descontar todas as frustrações nele. Foi horrível e até hoje ele tem várias cicatrizes. Não só ele. Mas principalmente ele. No início era mais em mim, mas T sempre se colocava na minha frente e me defendia, o que o tornou um alvo.Ficamos conversando até quase uma hora da manhã e, quando deito minha cabeça no travesseiro, sinto minha mente pesada, entorpecida com todas as memórias enterradas.
– - -
Durante meu expediente, reparo que Blake e Nicholas estão mais próximos e não sei como me sinto em relação a isso. Acho que estou com um pouco de ciúmes de o Blake não estar mais me dando toda sua atenção. Eu não gosto de ter que dividir meus amigos. Não julguem, tenho mommy issues.
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A Filha do Xerife
RomanceTaylor cresceu em um ambiente familiar repleto de amor e bagunça - o que se justifica pelo fato de seus 4 irmãos serem o caos na terra. Aos 12 anos, entretanto, sua mãe os abandona, deixando 5 crianças e um homem dividido entre cuidar de uma delegac...