Falling

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"Chasing it tonight, doubts are runnin' 'round her head
He's waitin', hides behind a cigarette
Heart is beatin' loud and she doesn't want it to stop
Movin' too fast, moon is lightin' up her skin
She's fallin', doesn't even know it yet
Havin' no regrets is all that she really wants"


Night Changes - One Direction


Não vamos para a faculdade segunda-feira. Acabamos acordando na hora do almoço, mas de qualquer forma eu iria faltar hoje. Durante a tarde, T me leva para o shopping e acabamos vendo dois filmes no cinema, para distrair. Deixo meu celular em casa, querendo me desconectar do mundo externo e ficar só na bolha que eu T desenvolvemos desde criança. Sempre gostamos de fazer tudo juntos, principalmente coisas que as pessoas costumam fazer sozinhas. Não tudo óbvio, nunca fizemos coco juntos por exemplo. Mas nós sempre tivemos uma conexão diferente do que em relação aos nossos irmãos.

No cinema, pagamos pelo primeiro e, quando ele acabou, nos escondemos no banheiro por meia hora, até dar o horário do próximo. Minha meia hora sentada na privada fechada com a cabine trancada, olhando ansiosamente meu relógio, já que eu não havia levado celular. Me senti uma criancinha aprontando. Nos encontramos na sala de cinema, rindo com nossa travessura, como se tivéssemos 14 anos novamente. Saímos do segundo filme mais leve do que entramos, amei o filme Patos, e vejo que já são 16:30. T me dá carona de carro para o trabalho. Nos despedimos e, como outras diversas vezes, sinto uma parte de mim indo embora quando ele dá a partida com o carro e o vejo se afastar. Não sei se é porque somos gêmeos, mas muitas vezes já senti isso, principalmente quando passamos um tempo no nosso mundinho, quando nos separamos sinto no meu coração.

Cumprimento todo mundo no trabalho e vou até o vestiário, para aguardar o início do turno. Ouço ao longe as vozes de Blake e Nicholas conversando ao fundo e algumas memórias de sexta-feira voltam à tona. Tivemos uma tarde legal, eu e Nicholas, na faculdade. Acho que pela primeira vez eu o vi sem toda sua arrogância, nem sem todos os muros que ele construiu ao seu redor, mas não tenho certeza do que isso significa nem de como as coisas vão continuar daqui pra frente. Ainda mais agora que ele não está chapado.

Fico mais observando o movimento da lanchonete. Hoje, por ser segunda, está bem vazio e por várias vezes ficamos só com um ou dois clientes. Reparo que Nicholas já está bem mais ágil do que semana passada e acho um tanto quanto engraçado vê-lo de avental e a blusa flanelada do uniforme Totalmente o contrário do que ele costuma usar. Mas até que veste bem nele. Percebo que a única coisa que ele ainda se enrola é registrando o consumo de cada mesa no computador. São muito códigos diferentes, não o julgo.


Em certo momento, lá pelas 19hs, estamos apenas com um casal conversando, que está comendo, e resolvo fazer uma visitinha para Hank, pois Blake tentou puxar um assunto qualquer e eu quero ficar quietinha na minha. Não estou a fim de socializar. Só com T. Entro na cozinha e o encontro sentado, mexendo no celular. Hank é um homem grande, com aproximadamente seus 40/50 anos, que à primeira vista parece ser bravo, mas quando você o conhece percebe que ele tem um coração gigante. Me sento em outro banquinho, mais ao fundo da cozinha e ele me observa com certa curiosidade.


- Não vai ficar lá na frente falando pelos cotovelos com os meninos não?
- Não - minha voz sai quase que em um resmungo - Eles estão falando demais pro meu gosto - Hank solta uma risada nasalada, como se achasse um absurdo o que eu acabei de dizer, porém quando eu não rio junto, sua expressão muda de divertimento para preocupação.
- Aconteceu alguma coisa? - sinto um tom paternal em sua voz.

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⏰ Última atualização: Sep 01 ⏰

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