Abominação

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Brinque de deus, arruíne sua vida

Cientista maluco, obra atemporal

Foi tentando salvar o diabo

Que elevei um monstro ao pedestal


Eu costumava achá-lo deslumbrante

Algum tipo de arte incompreendida

Me fiz advogada, avaliei o presságio

Com um novo peso e uma nova medida


E eu nem mesmo o amava

Era apenas um projeto em que eu havia investido

Até se tornar uma criatura abominável

Lição que eu preferia nunca ter aprendido


Ele arruinou uma celebração

E quase a minha vila inteira

Acendi o fogo para aquecê-lo

O maldito tentou me jogar na fogueira


Insistentemente o venderam

Como eu pude não ter desconfiado?

Me acusaram de ladra ao vê-lo vivo

Culpa minha por tê-lo ressuscitado


Fui eu quem o criou

E essa é a pior parte da história

Porque toda desgraça que ele causou

Agora pesa sobre as minhas costas


Que demônio ardiloso

E vampiro, drenou minha energia

Sua legião tentou me destroçar

Mas eu nunca me senti tão viva


Porque eu cortei as amarras

E ele nunca foi nada sem mim

Exilado, tornou-se apenas um lembrete

Daquilo que nunca mais vou permitir


Sei que pode encantar os desavisados

Mas nada muda o que é e o que fez

Portanto a saída estará aberta

Que leve os falsos todos de uma vez


À minha rainha, eu peço perdão

Por tanto horror, pela desolação

Deixei que fizessem nosso reino sangrar

Mas do hades jamais poderão nos tocar

Coletânea de poemasOnde histórias criam vida. Descubra agora