Capítulo 12. Consequência (SG)

255 25 15
                                    

Satoru Gojo

   Bebemos alguns bons drinks pelo resto da noite, Kaori mal se segurava sentada, seu corpo estava mole e os olhos fechados. Ela apoiava seu rosto em sua mão sobre o balcão. O que mais me irritava era que... mesmo com o rosto redondo e com as bochechas avermelhadas feito dois tomates, ainda conseguia vê-la como a garotinha que conheci anos atrás. Ela não havia mudado nada.

— Satoru. — Resmungou para mim, peguei meu pequeno copo e o bebi completamente, ela riu. — Você me lembra o Satoru.

— Vou querer a conta por favor. — Pedi ao barman, ela bateu na mesa e pegou deu último drink, me levantei e o afastei de sua mão. — Aqui. Obrigado.

Entreguei meu cartão, e a guiei até o elevador, Kaori ajeitou seu vestido e conseguiu ficar de pé até chegarmos ao andar do seu quarto na cobertura.

— Tudo bem, eu não te culpo. — Ela cruzou os braços de costas para mim, sorri encostado na parede do elevador.

— Não me culpa pelo quê?

— Por você se parecer com ele.

As portas se abriram, Kaori deu apenas um passo a frente antes de quase cair. A segurei pelos braços, ela gargalhou tanto que seu nariz fez um som semelhante ao de um porco.

— Por que bebeu tanto? — Perguntei perdendo a paciência com o seu estado, ela se virou para mim, abri a porta e a guiei para dentro.

— Acha que é fácil encarar o meu primeiro amor?

— Primeiro? — Não consegui conter o sorriso, ela parecia uma adolescente envergonhada. — Tem outros?

— Teve o Oshida do supermercado, o Tanaka do time de vôlei, o Kevin da turma de inglês... — Ela começou a dizer diversos nomes, revirei os olhos e a guiei até a cama suspirando profundamente. Ela se sentou e me olhou com aqueles olhos redondos e brilhantes. — E o Nanami.

— O que? O Nanami?! — Franzi o cenho, Kaori riu e soluçou. Me aproximei e a ajudei a deitar, ela hesitou fazendo a alça do seu vestido deslizar pelo seu ombro. — O que você viu nele? Ele só pensa em trabalho.

— Ele é atencioso e dedicado. — Ela apontou, retirei seus óculos e os coloquei sobre a cômoda ao lado da cama. — Ele sabe como tratar uma mulher.

— Sabe de nada. — Ela me fez sentar, suspirei novamente e tentei me levantar. 

— Você não é o Satoru. — Me disse, a encarei, ela analisou meu rosto mesmo sem seus óculos. — O Satoru... não veio me ver. Mas você me vê.

Ela disse e caiu mole na cama, se desmanchando em um desmaio alcoólico. Me levantei e a encarei por breves segundos, ela começou a roncar, dei as costas e fui até a poltrona mais próxima. Me joguei no sofá acolchoado e deitei a cabeça pra trás, fiquei pensando no que ela disse até apagar completamente.

Quando acordei, ouvi o som do chuveiro e o vestido verde no chão. Pressionei a mão conta a minha testa, Kaori desligou o chuveiro e não demorou muito pra sair do banheiro apenas de toalha.

— Você acordou. — Ela disse e puxou uma mala de baixo da cama.

— O que é isso? Café da manhã? — Brinquei, Kaori revirou os olhos.

— Nem nos seus sonhos mais pervertidos.

— Não foi o que me disse ontem a noite. — Me levantei, ela não se deixou abalar. Fiquei de costas apenas observando a cidade pela janela. Quando sua toalha tocou o chão, consegui ver sua silhueta pelo reflexo do vidro. Seus seios se moviam delicadamente feito dois abacates quase redondos. Quando ela pulou para puxar sua calça, senti meu rosto queimar, dei as costas e fui até a porta.

HONEYMOON, Satoru GojoOnde histórias criam vida. Descubra agora