Capítulo 18. Ressentir

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Oi, papai.

— Kaori. Maki. Mai. — Cumprimentou, todas nos sentamos em volta. Peguei a garrafa de saquê e a servi, ele segurou seu pequeno copo e então o bebeu em um gole. — As chamei aqui para dizer que...

Ele começou a tossir de forma descontrolada e então parou e engoliu em seco.

— O senhor está bem? — Perguntei, ele estendeu sua mão segurando o pequeno copo vazio. O enchi novamente.

— Logo vou precisar me afastar, cuidar da saúde. Vou precisar que Kaori fique no meu lugar. Com ela aqui, Mai irá para o exterior, ficará no lugar da sua irmã mais velha.

— O quê? Por que eu?! — Mai disse, alterando seu tom. Ele não respondeu, ela apontou para Maki. — E quanto à ela? Já é hora de ajudar a família.

— Maki não tem energia amaldiçoada, você é a mais qualificada para a função. — Ele disse, sem sequer fazer contato visual.

— Não vou deixar Shibuya. Não vou ficar cercada de desconhecidos.

— Você vai fazer o que seu pai mandou você fazer. — Ele aumentou o tom de voz e a repreendeu, Maki levantou e deu as costas.

— Maki. — Segurei seu braço, ela não fez questão de se virar.

— Me chamou aqui para ser humilhada? Eu já não faço mais parte dessa família. — Ela sussurrou, olhei para o meu pai, ele pegou seus talheres e começou a comer.

— Você é minha irmã. Vocês duas. — Me virei para o meu pai, Mai suspirou profundamente do outro lado da mesa. — Vou assumir as duas funções, Maki e Mai ficam fora disso.

— O que? Orie, isso é loucura. Você não está bem.

— Não se preocupe comigo. — Me sentei e bebi o saquê direto da garrafa.

— Maki, Mai, podem ir. Eu quero conversar com sua irmã. — Ele pediu, ambas levantaram e deixaram a sala de jantar.

— Essa é a hora em que você me repreende? — Perguntei, ele não respondeu ou expressou reação. Invés disso, limpou os lábios e cruzou a mesa até o meu lugar.

— Acha que pode vir aqui depois de todos esses anos e envergonhar seu pai outra vez? Quer relembrar como era antes de ir para o exterior? — Ele sussurrou apenas para ouvirmos. Não hesitei, sabia que meu pai tinha apenas suas palavras para tentar me afetar e que nada mais. — Apesar de tudo, ainda age como uma garota fraca.

— Você é fraco. — O encarei seriamente, ele arregalou os olhos. — Você não consegue fazer nada sozinho velho. Acha que fiquei longe todos esses anos por sua causa? Eu sou uma Zenin, e acredite ou não nada do que fez para mim mudou como me sinto em relação a você... papai.

— É ele não é? Entrou novamente na sua cabeça. — Ele olhou para a faixa preta em meu pulso, engoli em seco.

— Satoru não tem nada a ver com isso. — O repreendi, ele continuou com os olhos tão arregalados que pareciam querer pular para fora da cabeça. Dei as costas e saí.

— Não pense que não posso acabar com ele. — Ele disse, parei em frente a porta, pronta para ir embora. Suas última palavras me irritaram, senti meu corpo ferver por dentro. Naquele ponto não sabia se era a exaustão, a febre ou apenas raiva.

— Então declare guerra a família Gojo. — O alertei, ele não respondeu. — Declare guerra e garanta que nosso clã chegue ao fim o quanto antes. Não será você quem vai continuar liderando de qualquer forma.

— Como tem coragem de vir na minha casa ao meu pedido, e me ameaçar?! Você é minha primogênita! — Ele gritou, pegou uma taça vazia e arremessou na minha direção. O vidro rebateu na parede e cortou minha bochecha, um corte superficial mas profundo o suficiente para sangrar. — Eu mereço respeito.

HONEYMOON, Satoru GojoOnde histórias criam vida. Descubra agora