Capítulo 23. Champanhe

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   O céu estava cinza, quase preto. O clima estava frio e um tanto abafado, a previsão era de chuva para a noite. A cidade estava movimentada, diferente dos céus, haviam luzes e música. Parei em frente a janela quase da minha altura, cruzei os braços e observei cada pessoa do tamanho de um formiga, caminhando pela cidade.

— Não consegue dormir? — Satoru saiu do quarto ainda de pijama e com seus cabelos bagunçados, me virei para a janela outra vez, sem o responder. Ele me abraçou, ele desceu suas mãos até minha cintura e as entrelaçou sobre a minha barriga. O mantive ali, tocando o nosso bebê... o bebê que ele não sabia que estava dentro de mim. — O que foi?

— Fica aqui mais um pouco. — Pedi, ele beijou meu pescoço, e descansou o queixo no topo da minha cabeça.

— Quando tudo isso acabar, vai voltar para o exterior? — Ele me perguntou, me virei.

— Quer que eu volte?

— Não definitivamente. — Ele disse, franzi o cenho. — O que acha de visitarmos um lugar quente? Gosta de praia?

— Do que está falando? — Sorri, ele me puxou para perto.

— Vamos viajar. Tirar umas férias.

— Férias? — Dei uma risada sincera, ele beijou minha testa, depois minha bochecha e então meu queixo. — Satoru!

— Vista algo formal, vou te levar para almoçar em um lugar legal hoje.

— Um "lugar legal"? — Perguntei, ele me beijou, retribuí sentindo seu lábio macio tocar o meu. Satoru me levantou em seu colo e me levou para o quarto enquanto trocávamos risadas entre um beijo e outro.

Satoru me deixou na escola, encontrei Maki, Panda e Inumaki treinando no pátio. Itadori, Kugisaki e Megumi estavam sentados na escadaria assistindo. Me aproximei, Maki acertou Panda uma último vez e veio até mim.

— Você está bem? — Ela segurou meu braço, a guiei para longe de seus amigos, apenas o suficiente para conversarmos a sós. — Sei que não estava chorando por aquele... maldito sem coração. Então o que foi?

— Não é algo que possa te contar aqui. — Olhei em volta, ela franziu o cenho.

— Maki, você vem? — Panda perguntou, todos estavam nos olhando. Ela negou.

— Vão na frente! — Pediu, e me acompanhou até a minha sala. Fechei a porta e me certifiquei de que estávamos sozinhas.

— Estou grávida. — Quebrei o silêncio, ela paralisou por alguns segundos antes de absorver a informação.

— O que? Grávida?! — Quase gritou, me aproximei e cobri sua boca.

— Não é assim que eu quero anunciar. — Sussurrei, Maki se aproximou.

— Quem sabe?

— Você e Nanami. Só.

— Que merda. Quero dizer... parabéns. Não é algo ruim, é só que- — Ela dizia andando de um lado para o outro no cômodo, cruzei os braços.

— Você sabe, essas condições... não são tão agradáveis. — Me abracei, ela me encarou da cabeça aos pés.

— Como se sente?

— Preocupada, ansiosa, aterrorizada... não sei como contar ao Gojo. — Respondi, Maki notou minha aflição.

— Você precisa que contar. Satoru pode te ajudar, pode te proteger como ninguém.

— Eu sei... eu sei.

— Ei. — Ela tocou meu braço. — Você será uma mãe perfeita, não se preocupe.

HONEYMOON, Satoru GojoOnde histórias criam vida. Descubra agora