Eptá - Tinto de Verano

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Tinto de Verano:  Coquetel espanhol refrescante a base de vinho tinto, água com gás, gelo e laranja.










Depois do evento desastroso no banheiro, voltei para a festa, conversei com pessoas, fiz o papel que me era esperado a princípio devido meus traços angelicais de garota ingênua e bebi bastante, desesperada. Atena e sua amante voltaram para o salão 20 minutos depois e precisei engolir a seco a informação de que haviam transado em qualquer canto daquele lugar, mas o que mais me chocou foi ver a mulher parar ao lado de um homem e beija-lo na boca, um selinho delicado.

Desviei o olhar, séria.

Puts, que nojo.

Tentei manter meus nervos no lugar, mas Olivia sabia que algo estava errado comigo, seus olhos verdes não escondiam o ar perito ao absorver cada um dos drinks que tomei, até sumir e acabar no jardim da mansão com um cigarro e um copo de whisky. Minha mente girava, meu cérebro entrava em pani circuito e o efeito reverso foi claríssimo:

Era para ter parado de pensar, mas o fluxo de imagens só aumentava a cada porcentagem alcoólica ingerida, relembrando a noite constrangedora onde me masturbei pensando nela.

— Você está estranha. — Juan Álvarez arrancou o cigarro de meus lábios e levou-os até os seus.

Peguei um para mim e acendi, ignorando sua frase ala Olivia Allende.

Ele não estava autorizado a reclamar do meu humor.

O cheiro bem trabalhado do Dior Sauvage tomou o ar e meu estômago embrulhou — em algum lugar distante, Sophia deveria estar comemorando e conspirando sobre nós dois. Juan era filho de pessoas importantes no ramo de extração e refinação petrolífera do continente, além de possuírem diversos postos de gasolina no país e uma companhia de distribuição de gás multinacional. Nossos pais cresceram como grandes amigos e achavam que deveríamos casar — em algum momento aleatório disso tudo Juan começou a acreditar também.

Diga uma mentira em voz alta tantas vezes até que ela se torne verdade.

Juan acreditou.

— Não, não estou. — Meu tom foi seco.

— Você sequer responde minhas mensagens. — Sugou o filtro e soltou a fumaça para cima.

Fitei o jovem homenzinho de 24 anos, analisando-o profundamente, desde o rosto suavemente bronzeado até os lábios carnudos e olhos castanhos. Seus traços eram bonitos, no entanto, comuns. Juan tinha beleza, era gostoso de corpo, mas não havia nada devastador e hipnotizante em seu escrutínio, faltava personalidade, magia, um jeito diferente. Faltava um penteado mais original em seus fios castanhos cacheados de bom moço e uma barba descente naquela pele lisinha e impecável feito bumbum de neném.

Ele tinha cara de quem me falaria "não posso fazer isso, você é uma princesa" caso eu pedisse para ele me bater durante o sexo e me xingar de puta.

Olhei para frente ainda silenciosa.

Pelo menos Konrad me batia e gostava muito disso, agora ele... Nem isso fa-

Shhhhh...

— Vai mesmo me ignorar? No puedo creerlo.

— Juan, se enxerga. — Olhei para ele ainda mais desgostosa — O que cojones você quer que eu faça? Que ajoelhe agora e te pague um boquete entre os arbustos para você gozar em três segundos quando eu chupar a costura do seu ovo?

Ele arregalou os olhos, chocado com a minha falta de educação.

Bem-vindo a minha verdadeira personalidade, pandejo!

Atena - Romance Sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora