Acordei com uma sensação familiar de peso sobre o peito. Abri os olhos lentamente e percebi que era Corin quem estava deitada ao meu lado, com a cabeça repousando em meu peito. Praguejei internamente, amaldiçoando-me por mais uma vez ter me deixado levar.
Corin era uma mulher linda, e inegavelmente gostosa, sabia disso e não podia negar, mas tinha noção que aquela relação não passava de negócios. Ela sabia jogar comigo como ninguém. Nos conhecíamos desde a pré-adolescência, e ela conseguia ser irritante tanto quanto mexer com minha cabeça para se divertir. Eu adorava esse jogo, adorava deixá-la pensar que me manipulava, mesmo sabendo que, no fundo, eu estava a usando. Ter esses momentos com ela era delicioso, e ela sabia me dar uma boa foda intensa e forte, além de ususfruir dos bons orgarmos que eu dava para ela. Essa "relação" não passava de algo por conveniência, mas uma parte de mim desconfiava que Corin via aquilo como algo bem mais profundo.
Queria me sentir minimamente culpado por isso, pensei, sentindo um misto de frustração e resignação. Ambos somos adultos, constatei por fim, e Corin definitivamente não é uma jovem ingênua. Corin e ingenuidade definitivamente não podem estar na mesma frase. Sempre fui muito claro quanto a nossa situação, mas ontem, com aquele teatro de casamento, isso precisava terminar.
Levantei-me da cama com cuidado para não acordar a asiática que ainda dormia tranquilamente. Caminhei até o banheiro, o chão frio de mármore contrastava com o calor do meu corpo. Entrei no chuveiro e deixei a água quente cair sobre a minha pele, sentindo meus músculos se relaxando aos poucos.
"Porra!", murmurei baixo, definitivamente a noite de ontem foi uma merda. A fachada de família perfeita que meu pai insiste em manter é ridícula, pensei, enquanto a água escorria pelo meu corpo agora tenso. A festa de arrecadação foi só mais uma desculpa para ele se mostrar e demonstrar seu singelo lembrete de posse sobre mim. E aquele gran finale... Anunciar meu casamento com Corin na frente de todo mundo? Que piada.
Ri de escárnio, lembrando do olhar de satisfação no rosto do meu pai. Tudo aquilo não passava de um teatro, uma tentativa desesperada de manter o controle e a imagem de poder. E eu, sou apenas uma peça nesse jogo.
O que eu podia fazer? Esse desejo insano de ser reconhecido, de ganhar um pouco da aprovação dele... é mais forte do que eu. Prefiro acreditar que é natural, uma parte da minha natureza competitiva. Mas, no fundo, sei que é por causa do buraco que minha mãe deixou quando se foi.
Fechei meus os olhos, deixando a água lavar meus pensamentos confusos. Era difícil admitir, mas dependia das migalhas de afeto que meu pai oferecia. E isso me fazia questionar minha própria força e independência. Tão contraditório, Romeo Reed, CEO de uma das maiores empresas do país, beirando os 40, desejando fortemente que seu papai te aceite.
Saí do banho mais relaxado, mas com a mente ainda fervilhando. Me sequei com uma toalha e me vesti rapidamente com a roupa da noite passada. Precisava estar preparado para o que o dia me reservava, especialmente depois do anúncio inesperado de seu pai. A midia provavelmente só vai estar falando sobre isso, e tenho a breve sensação de que isso teve dedo de Corin e sua família.
Mas uma coisa ainda mais forte me intrigava, quem era aquela garota de lingua afiada que ousou me instigar atenção, mesmo que momentânea. Sorri divertido pensando nas possiblidades do que poderia fazer com aquela pequena Flor Venenosa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nos Braços Da Fera | DarkRomance Interracial - [+18]
Romance𓆸 Nos Braços da Fera Quando o ódio encontra a paixão, o resultado é devastador. Anika Jackson, uma estudante de Literatura carregada de cicatrizes emocionais, e Romeo Reed, um CEO consumido pelas próprias sombras, são mais do que inimigos jurados...