P.o.v. Jão
Cheguei cedo na cafeteria pra não correr o risco de me atrasar no meu primeiro dia de trabalho.
Eu seria garçom e eventualmente barista, meu colega de trabalho, Renan, me mostrou como tudo funcionava.
Meu primeiro dia até que estava correndo bem, em certo ponto da tarde, vejo Pedro entrando na cafeteria e meu coração dispara.
Jão: — Oi! Boa tarde! — Cumprimento logo que ele chega no balcão.
Pedro: — Jão? — Ele sorri
Jão: — Ah, eu meio que esqueci de te contar esse detalhe, ontem, vou trabalhar aqui. — Conto sorrindo.
Pedro: — Nossa, que legal, a gente vai ser meio que vizinhos de trabalho. — Brinca rindo e em seguida mira o painel com as opções e pede um café.
Jão: — E os pães de queijo? — Brinco.
Pedro: — Sim!
Duas semanas se passaram e eu estava, bom, digamos que conseguindo seguir minha vida.
Eu gostava do meu trabalho, apesar de cansativo, e o Pedro passou a ir à cafeteria todos os dias, e vê-lo era a melhor parte do meu dia.
Ele pedia o de sempre, e me perguntava como eu estava.
Era estranho que a gente se conhecesse a tão pouco tempo, e nos conhecemos literalmente no pior dia da minha vida, mas por algum motivo, sinto uma conexão com ele.
Talvez por ele ter uma dor parecida com minha.
Acho que minhas últimas semanas teriam sido bem piores se não tivesse ele por perto, pra me mandar mensagem, conversar sobre amenidades ou apenas me ouvir.
Renan: — Olha, desde que você começou a trabalhar aqui, o veterinário que trabalha aqui em frente se tornou um cliente fiel... — Renan comenta.
Jão: — Jura? — Dou um riso sem graça. — Ele não vinha aqui antes?
Renan: — Até que vinha, mas era raro, uma vez por mês, agora ele vem aqui todos os dias, exceto no dia sua folga
Jão: — E como ele saberia exatamente o dia da minha folga?
Renan: — Eu disse pra ele. — Ele encolhe os ombros.
Jão: — É uma coincidência e tan- — Interrompo minha fala ao vê-lo entrar na cafeteria.
Renan: — Vai atender seu namoradinho... — Ele ri e dá um tapinha nas minhas costas e entra para a cozinha.
Jão: — Oi, Pepê, bom dia! — Digo quando ele se aproxima do balcão.
Pedro: — Bom dia, Jão. — Ele sorri e meu coração dispara.
Jão: — O de sempre?
Pedro: — Não sei... — Ele apoia os braços no balcão e mira o painel. — Tava pensando em pedir algo diferente, — Ele mira meus olhos. — O que você recomenda?
Minha fala trava por uns segundos.
Jão: — Ahn... eu gosto muito do cappuccino de baunilha, devia provar. — Digo, gaguejando um pouco.
Pedro: — Então pode ser, confio no seu bom gosto.
Jão: — É pra já!
Ele vai para a mesa de sempre, solto um suspiro.
Eu estou apaixonado por esse homem.
P.o.v. Pedro
Saio da cafeteria e voltei para o consultório.
![](https://img.wattpad.com/cover/359583167-288-k810905.jpg)