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Gustavo MiotoPov

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Gustavo Mioto
Pov

19/11/23- Domingo

Após o aniversário da Ana, chegou a hora de conversar com a Karoline. Estranhei o fato de ela ter apenas chegado e sugerido que fôssemos almoçar primeiro. Logicamente, topei a ideia de comer fora. Fomos a um restaurante no shopping, e tive a impressão de ter visto os pais da Ana, mas como fiquei de costas, não tive certeza e evitei virar para olhar, para não criar mais um motivo de briga.

⁃ Vai pedir o que? - Perguntei enquanto olhava o cardápio.
⁃ O de sempre - deu de ombros e eu revirei os olhos. 

Chamei o garçom e pedi a salada dela com salmão grelhado, e para mim uma massa ao molho branco com brócolis e bacon. Percebi que, após eu fazer os pedidos, ela ficou me olhando com cara feia por causa do prato que escolhi, mas simplesmente ignorei. Ela não saía do celular, então fiz o mesmo, o que foi motivo suficiente para ela ficar brava.

⁃ Será que dá 'pra conversar comigo? - perguntou deixando o celular dela de lado.
⁃ Claro! - sorri falso e fiz o mesmo com o meu.
⁃ Vai mesmo comer esse macarrão gorduroso? - Ela não se aguentou.
⁃ Sim! E aposto que vai estar delicioso. - Sorri e ela revirou os olhos. - Por que chegou mais cedo?
⁃ Para conversamos. - Deu de ombros, como se fosse obvio. Concordei.

Reparei que ela mudou um pouco a postura quando viu algo atrás de mim. Virei rapidamente e vi a Ana Flávia e sua irmã se sentando na mesa que eu tinha visto mais cedo; eram realmente os pais dela. No mesmo instante em que a vi, me senti nervoso, meu coração palpitou e me deu vontade de sorrir. Fiquei realmente feliz em vê-la, mas tive que disfarçar e me virei para frente. Karoline me encarava brava e eu gesticulei com a cabeça querendo saber o que era.

⁃ Ótimo, já não bastou você ter passado todo o final de semana com essa menina, agora preciso almoçar vendo a cara dessa desqualificada. Quero que olhe para mim, você entendeu?
⁃ Primeiro, não a chame assim, ela é uma ótima pessoa. Segundo, tenho que ficar parado olhando apenas para você então? - perguntei sério e soltei uma risada nasal no final.
⁃ Sim. Eu sou sua namorada, quase noiva. Você deve olhar para mim.

Isso só podia ser brincadeira. Fiquei a encarado e ela simplesmente manteve a posição. Cada dia que passa está pior, não posso seguir com isso.

⁃ Precisamos conversar sobre isso. - Falei, mas ela me respondeu rápido, desconversando.
⁃ Em casa, nossa comida chegou.

Comemos praticamente em silêncio o tempo todo. Pedi um refrigerante e isso foi mais um motivo para ela ficar brava. Além disso, tive que lutar contra mim mesmo para não virar para trás, pois havia uma certa pessoa que conseguia tomar toda a minha atenção apenas por estar presente no mesmo lugar que eu. Terminamos de comer, pedi a conta e fomos embora. Karoline fez questão de passar pela outra porta de entrada e segurou minha mão. Logo depois, soltamos as mãos e fomos caminhando sem nos tocar e sem falar até o carro, e do carro até meu apartamento. Assim que entramos, ela literalmente jogou a bolsa na mesa e virou-se para mim.

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