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Gustavo MiotoPov

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Gustavo Mioto
Pov

12/12/23 - quarta feira - Londrina, PR

Despertei com o som irritante do celular, mas minha mente estava imersa em uma névoa densa. O corpo pesado, os sentidos embaralhados. Abri os olhos com dificuldade, e por um momento, o alívio de estar sozinho tomou conta de mim. Respirei fundo, fragmentos desconexos da noite anteriorvem como flashes curtos e distorcidos. Tentei agarrar a lembrança do que aconteceu, mas tudo se dissipou num borrão caótico. Não fazia ideia de como apaguei, de como a noite terminou. Meu peito apertava com a sensação de que algo terrível havia escapado da minha mente.

⁃ Bom dia, baby. - A voz da Karoline ecoou por todo o ambiente.

Dei um pulo da cama, completamente assustado, ela saiu do banheiro vestindo uma lingerie vermelha. Puta que me pariu. Ana Flávia. Só consigo pensar nela no meio dessa confusão toda.

⁃ Você dormiu aqui? - foi a única coisa que consegui perguntar, totalmente atordoado.

⁃ Claro - respondeu revirando os olhos, como se eu tivesse feito uma pergunta muito estranha.

Ana Flávia.

⁃ Karoline, eu não sei mais como te pedir para ir embora, então eu vou sair. - me levantei ainda atordoado, peguei minhas coisas pelo quarto, enquanto ela me chamava desesperada, me impedindo.

⁃ Baby, não, para com isso, somos feitos um para o outro a noite de ontem só provou mais ainda! - falou parada em frente a porta, me impedindo.

Noite de ontem? Eu não consigo me lembrar de nada. Mas que merda, que merda, que merda bem grande, Gustavo.

Me sentei na cadeira da mesa auxiliar, só agora reparei que estava apenas de cueca, estranhei mais uma vez, tudo estava confuso, sem nada fazer sentido.

Meu celular tocou e era a Ana, achei melhor recusar por hora, antes que a Karoline piore a situação e eu ainda preciso ir trabalhar.

⁃ Eu preciso trabalhar. E pensando melhor, você vai sair do quarto, afinal eu quem o reservei - minha sanidade mental estava voltando ao normal. Reparei que ela nem se mexeu, a olhei - Estou o tempo todo mantendo a educação, então por favor... - apontei para a porta atrás dela.

Agora foi a primeira vez que de fato consegui a olhar direito, seu cabelo estava diferente, ela é a mulher que vi várias vezes aqui em Londrina, inclusive no meu almoço ontem.

Agora tudo faz sentido, ela estava aqui o tempo todo, em todos os lugares.

⁃ Você 'tá aqui desde quando? - perguntei sério, sem acreditar ainda.

⁃ Desde que soube que você viria - deu de ombros- e eu te conheço como ninguém, já sabia que hotel você iria ficar, e o recepcionista sabe que somos namorados - deu de ombros novamente, se deitando na cama.

Arquitetando o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora