Gustavo Mioto
Pov04/12/23 - segunda-feira
O final de semana foi incrível e terminou melhor ainda. Passar o dia com a NaFlávia, na casa dela, conhecendo mais ela e sua rotina só serviu para me deixar mais fissurado nessa menina.
É incrível como, em pouco tempo, fiquei tão apegado a uma pessoa. Ela me faz querer estar perto dela o tempo todo; tudo com ela é diferente, tudo é mais intenso. O sexo, então, nem se fala. Se ela soubesse o quanto a desejei, o quanto a desejo, não sairíamos de casa tão cedo.
Ainda não estabelecemos rótulos nem nada do tipo. Acho, e acredito que ela pensa o mesmo, que é cedo para definir o que somos. Estamos em uma fase gostosa, nos conhecendo, descobrindo os costumes e gostos um do outro. Lógico que somos diferentes, mas ao mesmo tempo, um diferente bom. Não é de duvidar que a Ana tem muito mais gás e energia que eu; para ela, toda hora é hora de festa. Eu me canso mais rápido, sou mais caseiro, mas não vejo problemas em acompanhá-la e até meus amigos, como mesmo no PUP, que virou tradição.
No trabalho, ainda não conversamos e nem sei como tratá-la, mesmo que nosso murmurinho já esteja rolando há algum tempo. Devemos ser profissionais e eu ainda mais, por não querer prejudicá-la.
Antes mesmo de chegar ao escritório, meu pai me ligou avisando que meu tio Rogério e meu primo Heitor estão de passagem e gostariam de me ver. Uma parte da família do meu pai mora nos Estados Unidos; nós os vemos cerca de quatro vezes ao ano para resolver questões burocráticas. O ramo de trabalho deles é o mesmo que o nosso aqui, porém cada um seguindo as tradições das suas devidas localidades.
Estacionei em frente ao edifício e, assim que entrei e passei na frente da lanchonete, vi a Ana conversando com alguém. Sorri animado e iria cumprimentá-la, mesmo tendo a visto ontem, estou morrendo de saudades. Até que vi com quem ela estava acompanhada: seu ex-namorado. Reconheceria ele em qualquer lugar.
Mas que caralho ele está fazendo aqui e conversando com ela? Suspirei frustrado e recuei, não posso cobrar nada dela. Mas porra, passamos o dia todo ontem juntos, na verdade todo final de semana!
Dou alguns passos em direção à lanchonete, mas paro no meio do caminho. Eles estão apenas conversando, se controla, Gustavo! Desse jeito, pareço até um adolescente à flor da pele. Dou meia volta e me direciono para o escritório.
Não consigo tirar da cabeça a cena que vi, mesmo tentando não pensar nisso; parece que vem em flashes na minha cabeça. O elevador para no andar da engenharia e já escuto vozes altas de uma boa conversa. Meus pais e mais outros funcionários conversando alegremente com meu tio e meu primo. Assim que me veem, dão espaço e meu tio logo me puxa para um abraço.
⁃ Gustavito! Quanto tempo! - Bagunçou meu cabelo como fazia quando era criança. Sorri sem graça pelo apelido.
⁃ E ai, mano! Como vai? - Heitor me cumprimenta com um abraço rápido e toque de mãos.
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Arquitetando o amor
RomanceAna Flávia, estudante de arquitetura e urbanismo, inicia um estágio no renomado escritório M&D em São Paulo, cujo proprietário é Marcos Mioto. Porém, ela logo descobre que sua experiência vai além do aprendizado profissional, envolvendo-se em situaç...