Me encontro em um cômodo escuro, está calmo, assim como a última vez, ando sem saber para onde vou, de repente houve um clarão.
Estou na lanchonete, mas em terceira pessoa, posso ver claramente o momento em que Erika e Peter comentam sobre suas nacionalidades enquanto zombam um do outro.
Então o meu eu da lanchonete pergunta sobre o amigo de Erika, a esse ponto sei que era Harry. O vejo adentrar o local, seus cabelos loiros caindo em seu rosto, posso ver também o brilho em seus olhos azuis como o céu, e vejo também a cara de bobo que estou fazendo, puta merda, que estúpido, sinto meu rosto esquentar, parece que ele olhou para mim, não para o bobo e com uma parada cardíaca eminente sentado em um banco de três lugares em uma lanchonete esperando um garoto perguntar se podia sentar ao seu lado, não, mas para o eu que está observando toda a cena, com certeza estou com a mesma expressão do outro, que idiota eu sou.
Gradualmente a cena some, tudo fica escuro, quando enxergo novamente só existe eu, a escuridão e Harry parado bem na minha frente, ele se aproxima de mim, eu tento recuar, ele está cada vez mais próximo finalmente para e seu rosto está centímetros do meu.
— Por que está chorando? — ele pergunta, então percebo que pequenas lágrimas começaram a se formar em meus olhos, lentamente elas caem, eu viro meu rosto.
— Não sei. — falo com voz chorosa tentando enxugar minhas lágrimas em vão.
— Está tudo bem. — ele fala e coloca as mãos delicadamente em meu rosto e o vira em sua direção, ele então enxuga minhas lágrimas com seus dedos.
— Eu não quero gostar de você. — expresso ainda com uma leve voz chorosa enquanto afasto as mãos dele de meu rosto.
— E você gosta de mim? — Pergunta com um sorriso terno.
— Eu não sei. — Respondo e suspiro.
— O que sente por mim? — Ele questiona. Cara é tão estranho responder isso para ele, mas ele não é ele, é só um sonho, um Harry que involuntariamente criei por conta desse rolo todo.
— Eu… — Tento falar, mas sem êxito.
— Sim? — Pergunta ainda com o sorriso, tão calmo.
— Meu coração bate tão forte que poderia morrer a qualquer momento, eu fico sem jeito, minha respiração falha, eu me sinto um idiota, tudo isso porque eu te vi naquela maldita festa, me diz como que se gosta de uma pessoa só por ver uma vez. Eu nem te conheço, não sei nada sobre você e ainda assim em um dia você fodeu mais minha vida do que qualquer pessoa, bagunçou minha vida, eu to surtando, eu... — Falo tudo de uma vez e começo a chorar novamente.
— Está melhor? — Ele pergunta. Estranhamente me sinto bem depois de ter falado isso.
— Sim…
— Acho que finalmente está começando a aceitar o fato de estar apaixonado por mim. — Ele fala e acaricia meu rosto.
— Por quê? — Pergunto aos prantos. — Minha vida estava consideravelmente bem, meu namoro ia bem, até minha relação com meus pais não estava tão ruim, parecia que tudo estava certo, até você aparecer e bagunçar a porra do meu psicológico. Por quê? Você é um cara, e essa merda toda é so um sonho ainda assim estou nervoso para caralho por falar com você, que porra ta acontecendo? — Falo claramente com tom de raiva, com lágrimas em meus olhos, algumas caem em meus lábios, sinto o gosto salgado enquanto pronuncio as palavras.
— E o que te impede de gostar de um cara? Afinal sou um. — Fala enquanto ri.
— Eu… não sei. — Abaixo meu olhar para meus pés, não aguentava mais olhar para o rosto dele.
— Então trate de descobrir. — Fala então volto a olhá-lo em seus olhos, ele me beija, mas não como na última vez, esse foi um beijo calmo, eu não tentei impedir, eu nem tive tempo de reagir. Ele me abraça e eu retribuo.
Não sei por que o faço, mas aconteceu. Será que realmente estou gostando dele?
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My Harlequin
RomanceAs vezes encontramos amor nas situações mais inusitadas, é um sentimento estranho, chega sem ser convidado e não escolhe quem e nem o momento certo.