My Harlequin

Chapter 6 - Yellow Door / Doubt

»Luke«

Ando em um caminho escuro, o silêncio se faz presente e desesperador. Continuo andando até que escuto meu nome ser chamado como um sussurro, repetidas vezes, calmamente. Procuro ao redor, mas não enxergo nada, estou apenas eu. E uma porta amarela mais a frente. Caminho até ela e escuto novamente a voz me chamar. Pergunto se havia alguém ali, mas não havia ninguém, aparentemente.

Somente o silêncio amedrontador. Está tudo tão quieto que consigo ouvir meu coração batendo forte em meu peito, sinto uma sensação estranha, eu finalmente ponho minhas mãos na maçaneta da porta e a giro.

Uma luz clara vem sobre meus olhos, enfim passo pela porta. Abro meus olhos devagar me recuperando do clarão. Percebo que me encontro na casa de Carl, noite de festa, ou melhor, a festa de Halloween que fui convidado.

Não era para eu estar aqui. Eu estava em casa, não estava? Olho para trás e a porta já não estava mais lá. Sigo em frente, o barulho da música está quase inaudível. Quanto mais eu andava, mais uma forte sensação no meu peito me agoniava, eu estava com medo... talvez? Por quê? Minha dúvida só aumenta.

A sensação parece que me matará a qualquer momento, chego até o grupo onde está acontecendo o jogo da garrafa de antes. Posso ver claramente o momento em que Kari gira a garrafa e beija Louis. Bom, agora é a vez de Harry... Harry... me sinto estranho. Eu não estou no grupo, em quem a garrafa cairá dessa vez? Por um momento tudo voltou a ficar escuro como naquele primeiro cômodo onde só existia eu e uma chamativa porta amarela que se destacava em meio as trevas. Agora a música já não existe, eu só escuto...uma respiração.

Sim uma respiração que se aproxima do meu rosto, meu coração acelera, quando pude enxergar novamente Harry está em cima de mim, me beijando, eu estou congelado, não consigo me mexer. Eu não quero isso."Por favor, para", eu tento gritar, mas nada sai da minha boca. Harry me deita no chão, não existia mais o grupo de fantasiados, só nós dois, ele me beija com luxúria e eu só consigo ficar parado deixando-o me dominar. Por que eu não faço nada? Ele então sussurra algo em meu ouvido e tudo fica escuro novamente.

Luke acorda desnorteado, a luz do sol que vem pela janela não o ajuda. Ele levanta, senta-se na cama, passa a mão nos olhos e olha para o relógio na mesa de cabeceira "12:20", vai ser um dia longo e ele teria que se apressar. Não conseguia tirar aquele sonho louco da cabeça, isso o preocupava, mas preferiu tentar ignorar isso tudo. Foi só um sonho, afinal.