Giulia 🐺
Saio do elevador indo em direção a porta 505, bato na porta sendo recebida por um olhar chateante de minha mãe. Já esperava a desgraça próxima.
- Tenho tanto medo do que possa acontecer. Minha vida está destruída! - Minha mãe diz e nós duas permanecemos em completo silêncio após a confissão de meu pai.
- Você irá nos destruir pois só pensa no próprio bolso e umbigo. - Digo com a fala curva devido ao nojo que eu estava da sua cara sonsa.
- A vida de vocês será melhor e felizmente o que vocês fazem ou deixam de fazer cabe apenas a minha pessoa!
- Não entende que isso não depende apenas do seu próprio cu? Eu tenho um marido; como conto isso pra ele sem ele querer aparecer aqui para te matar? Hein? Como irei contar que aleatoriamente meu querido pai reservou uma viagem em família para nós esconder por anos? Acho que o Guilherme vai adorar saber do seu segredo...
- Que segredo querida? Ele sabe que isto será o melhor pra você! - Beberica sua água com gás e ouço a porta se abrindo com a Maitê aparecendo com os olhos redondos feito grandes jabuticabas junto a um sorriso frouxo no rosto.
Está Apaixonada e eu poderia ter uma leve noção de quem poderia ser.
- Olha quem chegou... - O troço resolve abrir a boca - Conte a sua irmã a mais nova novidade. - Me olha buscando respostas.
- Iremos viajar! - Digo e Maitê arregala os olhos parecendo feliz com a notícia.
- Sério? Pra onde iremos? - Minha irmã pergunta com sua inocência.
- Dinamarca. - Digo e minha mãe segura o choro fazendo seu nariz emitir um som de fungo.
- Por que está chorando mãe?
- Meu sonho era ir pra Dinamarca... - Mentira. Minha mãe já deve ter ido a Dinamarca umas sete vezes.
Sorri falsa e me levanto sendo seguida pela Maitê que comentava o quanto seria uma viagem incrível e emocionante.
Entro em seu quarto vendo a quantidade de discos que haviam espalhados ali e os jogo no canto de sua cama me deitando no espaço vazio.
- Pra onde foi? - Pergunto já sabendo da resposta.
Ultimamente essa garota só sabe sair com o Caio... Ou vive na casa dele; ele vem pra cá ou eles saem e passam a madrugada toda juntos sempre.
Acho uma graça a forma com que o Caio a trata, é como se ele tivesse virado seu alicerce de certa forma pois ela só conta as coisas pra ele; e ele mesmo com esse jeito fechado que parece ser difícil de entrar nesses cactos cheios de espinhos parece que com ela seus cactos começam a brotar rosas.
- Com o Caio! Fomos jantar na mãe dele... Ela irá viajar pra Salvador.
- Saudades... - Digo e ela concorda. - Quantos dias? - Maitê ergue cinco dedos com a mão direita. - Ótimos dias pra ir jantar e virar sobremesa!
- Garota... Tu só fala merda cara. Uó! Não sei como teu marido te aguenta.
- Não vou te contar dos meus segredos... - Solto uma risada maléfica e Maitê revira os olhos.
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Um dia, um Adeus.
FanfictionSó você pra dar a minha vida direção O tom, a cor, me fez voltar a ver A luz, estrela do deserto a me guiar Farol no mar, da incerteza...