Maitê 🍯
Entro no carro de aplicativo com o motorista que resolveu soltar a boca. O cara não parava de falar e eu só queria ficar em silêncio, uó.
- Bom trabalho... - Desço do carro sentindo a brisa do mar do Arpoador. Minha praia favorita.
Caio me conhecia sem nem ao menos me conhecer e achava isso um máximo.
- Oi! - Digo ao vê-lo encostado na BMW 320i branca.
Observei seu abdômen pouco definido com um leve buchinho a mostra, a camiseta do Fluminense no ombro junto a sua correntinha dourada que brilhava com o sol reluzindo. Que homem amigas... Que homem.
- Te buscava na porta, por quê não falou pô? - Diz enterrando o boné na cabeça e andamos até a areia, abaixo pegando minha Havaianas da Farm dos pés segurando entre os dedos.
- Esqueço que tu tem carro. - Respondo e observo as ondas do mar.
Era cedo e por isto a praia estava praticamente vazia, sabia que iria lotar por ser fim de semana então optamos por vir mais cedo pra pegarmos um lugar bom para não passarmos por estresse.
Caio aluga duas cadeiras de praia perto de um Quiosque de praia que logo são entregues a nós, agradeço ao trabalhador já que o homem ao meu lado perde a boca quando se trata de gentilezas. Desço a saia jeans mini que antes apertava minhas pernas, tive dificuldade para tirá-la e fiquei igual cachorro tentando pegar o rabo no meio da praia.
- Ih garota, tá descendo santo? - Caio da risada da situação e me livro da saia jogando na cadeira de madeira que era "minha".
Nem o respondi apenas peguei minha bolsa com minhas mil tralhas, procuro meu bronzeador e o olho da marca Trópkos. Meu favorito para pegar uma marquinha afiada com o sol filha da puta do Rio... Pingo algumas gotas do bronzeador no meu corpo espalhando pela coxa em movimentos circulares deixando minha pele brilhando como ouro.
Pude sentir o olhar fixo do homem em meu corpo acompanhando cada mínimo movimento que eu fazia como se estivesse ansiando para fazer aquilo por mim, ou só ansiando pela oportunidade de me tocar. Sentia seu desejo por mim e aquilo era algo que me deixava intrigada, não desconfortável, em nehhum momento com o Caio eu me senti desconfortável e era isso que me intrigava.
Mesmo com seu olhar assustador, a cara fechada como um velho rabugento que não para de murmurar eu me sentia alegre, confiante e confortável ao seu lado. Aquilo era surpreendente e totalmente novo pra mim. Homens geralmente me davam tanto medo e por que com ele não sinto isso? Sinto tanta confiança nele mesmo o conhecendo a poucas semanas; e mesmo sendo um conhecimento mínimo sobre aquele homem eu sentia total transparência vindo dele.
Estava maluca!
Suspiro fundo me sentando naquela cadeira e Caio se levanta dizendo que iria pro mar. Olho suas tatuagens vendo que no antebraço tinha uma rosa com o nome Rosa ao invés do cabo da flor, era brega mas era fofo demais.
Fico sentindo a brisa do mar com os olhos fechados para evitar algum tipo de doença ocular e meu momento de paz é interrompido por um pigarro, abro os olhos vendo o trabalhador com um menu em mãos, o pego folheando as pequenas folhas e pego três porções, uma de camarão, batata e lula empanada.
Espero o trabalhador me trazer e não demora muito para eu vê-lo novamente mas com ele tinha mais um que trazia junto de si uma pequena mesa de centro com um guarda sol enorme tampando o sol no meu corpo. Palhaçada!
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Um dia, um Adeus.
Hayran KurguSó você pra dar a minha vida direção O tom, a cor, me fez voltar a ver A luz, estrela do deserto a me guiar Farol no mar, da incerteza...