Shameless

Eu vi aquele menino e logo soube que era meu.

Os olhos dele eram castanhos em tom sério, mas tinham um brilho inexplicável. Ele era alto e parece do tipo quieto engraçado. Os cabelos negros pediam para serem bagunçados.

Eu quero esse garoto.
Não importa o que você ou ele pensem, nós vamos nos casar e ter 2 filhos
Nem que eu tenha que levar ele amarrado pro altar.

Tento disfarçar meus pensamentos quando vejo ele se aproximando do corredor onde eu estou.

Ele passa ao meu lado.
É minha chance, tenho medo dele estar ocupado, mas reúno coragem para cumprimenta-lo

- Bom dia!
Tento ajeitar uma mecha do cabelo atrás da orelha, mas sei que isso não combina comigo.

Ele parece surpreso, mas me cumprimenta de volta.

- Bom dia, senhorita- ele deu um sorriso genuíno que quase me cegou de tão lindo.

- Desculpa a pergunta, mas qual é a sua turma?- é claro que eu quero pedir o nome, endereço, celular e tipo sanguíneo dele. Mas calma.

- Ah...eu sou aluno da turma 2° ano B...-ele aperta minha mão e parece pensar se deveria completar ou não- E você?

- Sou meyle, do 1° ano A.
E garanto que você não vai esquecer o meu nome - deixo meu sorriso suspeito escapar.

- Ah...certo.- ele desviou o olhar e acenou com a cabeça.- Bem, nos vemos por aí.

- Com toda certeza.- eu finalmente solto sua mão, ele acena novamente e vai embora olhando para trás, meio desnorteado.

Como se tivesse acabado de levar uma flecha do cupido.
Bem, eu senti isso.

Ele para no meio do corredor para cumprimentar outras meninas que foram para cima dele.

É triste ter que deixar o futuro pai dos meus filhos andando livremente assim, mas isso não vai durar muito.

Pego o celular e ligo para Diana
Na verdade, salva como "Perigo" por motivos bem pessoais

- Alguém morreu? Se não for importante eu estou ocupada terminando meu livro novo.

- Achei o genro dos meus pais. Quero sua ajuda pra casar com ele.

- O QUE- Um barulho de tosse misturada com um engasgamento de água quase estourou meus tímpanos.
- COMO ASSIM?! Meyle, o que você está aprontando?

- Você está livre hoje a tarde?-

- Na verdade, depende. Se for pra desperdiçar meu tempo com mais uma paranóia sua, não.

Pode não parecer, mas ela é minha melhor amiga.

- Vamos tomar um café. Leve um remédio de pressão, só pra prevenir do seu choque.

Desligo o celular antes que ela me faça mais perguntas e acabe nem vindo.

Agora eu tenho uma missão, descobrir tudo sobre aquele menino.
Quando digo tudo, eu falo tudo mesmo.

Agora, como faço isso?
Não sei mas...

Eu quero esse garoto.