Capítulo 4

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Saio rapidamente de casa e vou até o táxi que me espera.
Assim que eu entro no carro, olho pela janela e o vejo sair também. Ele caminha com passos apressados, como se quisesse alcançar algo ou alguém e cogito pensar que talvez seja eu quem ele busca. O motorista do táxi me pergunta para onde vamos, e eu, ainda com os olhos fixos nele que se afasta, respondo mecanicamente o endereço do meu destino. Como eu sou trouxa! Achar que depois de tantos anos ele mudaria o que sente por mim. Não passo de um mero brinquedo para ele, que com certeza adora me iludir.

— Obrigada. — digo ao motorista ao sair do carro.

— Você veio mesmo, achei que ia pular fora de última hora. — Ha-ri diz ao me abraçar.

— E por acaso eu já faltei alguma vez?

— Nunca, mas agora com o peladão morando com você, talvez as coisas esquentem. — ela faz uma cara assanhada.

— Correção: morando temporariamente, e não, eu e ele não temos nada e pelo visto nunca vamos ter.

— E por que a cara de decepção? Você ainda gosta dele?

— Não, claro que não, que bobeira... já faz muito tempo, não sinto mais nada e nunca daria a chance dele me magoar de novo.

— Sei exatamente do que você precisa. — ela diz grudando nossos braços.

— E do que eu preciso, senhorita?

— Encher a cara e conhecer alguém legal.

— Se souber onde encontro alguém legal me avisa, faz tempo que não encontro um, tá sendo quase uma missão impossível pra mim.

Ela ri e revira os olhos, me puxando para dentro da balada.

Sentamos próximo ao bar enquanto aguardávamos nossos pedidos. Acabamos fazendo amizade com o bartender, que nos serviu algumas bebidas de cortesia.

— Parece que tem alguém de olho em você. — digo à Ha-ri, que logo olha para trás e vê o rapaz que a encara com um sorriso no rosto.

— Uau, que lindo. — ela diz boquiaberta.

— Vai lá agarrar ele.

— Eu não vou te deixar sozinha aqui.

— Que isso, virou minha babá? Vai aproveitar sua noite, além do mais o Jack tá aqui comigo. — falo me referindo ao bartender.

— Tá legal, mas qualquer coisa me liga.

— Pode deixar, e se cuida.

Ela pisca e logo senta ao lado do homem que a paquera descaradamente.

Não estava nenhum pouco afim de conhecer alguém. Hora ou outra parava um babaca ao meu lado cuspindo cantadas ridículas que me faz querer dar uma joelhada em suas bolas.

Olho de relance pra trás e rapidamente me escondo atrás do copo de cerveja.

— Sn!

Droga, ele me viu.
Ok, eu não me escondo tão bem assim, mas foi a única coisa que consegui pensar.

Abaixo o copo e olho para ele com a minha cara mais entediada e descontente, mas rapidamente dou lugar a um sorriso enorme enquanto aceno com as mãos.

Percebo que ele sorri de volta e acena. Corro em sua direção, ele logo abre os braços fazendo menção de me abraçar, mas desvio rapidamente abraçando a pessoa que está logo atrás.

— Yoon! Que surpresa em te ver.— ele me abraça forte.

— Jeon Sn, você está mais gostosa do que da última vez que te vi.

Amigo do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora