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Pov: Yoongi

Sua cabeça latejava. Era a conversa que ele não queria ter. Mas não tinha escolha.

Bateu na porta de Sook três vezes antes de abri-la por completo e entrou no quarto. A menina olhou para Yoongi, seus olhos vermelhos e inchados, assim como seu narizinho. Sua boca estava curvada para baixo. Era a manhã seguinte e Sook se recusou a conversar na noite anterior, então Yoongi lhe deu espaço. Mas agora era inevitável. Ambos os Min tiveram uma noite miserável e mal dormida.

— Bom dia, Sook — Yoongi ofereceu um sorriso amigável, para que ela não o afastasse. Por favor, converse comigo, ele torcia. Ele se aproximou, se sentando na cama ao lado dela. A janela iluminava o quarto muito bem e ele se perguntava como a criança conseguia dormir num quarto tão colorido. Mas essa era a graça de ser criança, ele achava. Nada te incomodava tanto assim. A não ser que fosse o que quer que fosse que levou Sook a agredir outra criança. — Você está pronta para conversar agora?

— Não. — ela fez bico.

Yoongi suspirou.

— Eu gostaria de poder lhe dar mais espaço, mas você fez algo muito grave e eu preciso entender o que aconteceu — ela virou o rosto. — Hyesook. — ele dificilmente utilizava seu nome completo, o que fez ela o olhar um pouco receosa. — Você foi expulsa da creche. Preciso que fale comigo.

— Papai, ele foi horrível! Ninguém sabe o que ele fez! — Sook disse, voltando a ficar com a voz embargada. Yoongi sentiu uma pontada. Queria proteger ela de tudo isso, queria mesmo. Mas não podia. Precisava saber.

— Eu estou escutando — ofereceu compreensão.

— Ele disse que minha mãe tinha ido embora porque me odiava — revelou a garotinha.

Yoongi fechou os olhos. Ele não queria mesmo lidar com isso agora que sabia sobre o que era. Não podia evitar, apesar de tudo.

— Você lembra por que você e eu estamos juntos hoje, Sook?

Ela fez que sim com a cabeça enquanto as lágrimas desciam pelo rostinho rosado.

— Mamãe estava muito doente e você se ofereceu para cuidar de mim.

Yoongi pegou as mãozinhas minúsculas em suas próprias mãos. Sook não recuou, o que o fez se sentir um pouco melhor. Pelo menos ela não parecia arisca como um gato no momento.

— Sua mãe não conseguia cuidar de você, ela estava bem doente. E ela amava muito você.

— Como você sabe disso? Nem sei quem ela é — Sook perguntou de forma agressiva.

— Sook, ela sabia que não ia conseguir oferecer o cuidado e suporte que você precisava. Se você quiser saber, essa é a maior prova de amor que existe: ela sabia que não ia conseguir cuidar de você, então deixou que eu o fizesse. E eu amo tanto você, muito mesmo. Eu quis você desde que te vi quando era um bebêzinho. Sua mãe deixar que eu ficasse com você mostra que ela te amava muito mesmo e queria que tivesse oportunidades que ela não podia te dar. Mas eu posso. Entende isso?

Sook fez que sim.

— Mas, Sook, violência não é algo que usamos. Nunca. — a garotinha abaixou a cabeça, envergonhada. — O que seu colega disse foi horrível, e é uma mentira. Mas você não deveria ter machucado ele. Não está tudo bem machucar as pessoas porque elas disseram coisas ruins.

— Mas, papai...

— Eu entendo. Eu provavelmente teria o mesmo pensamento que você teve. Mas não podemos machucar as pessoas. Você entende isso também?

euphony. [#1 bulletproof universe] | min yoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora