10

62 11 11
                                    

Ao chegar no apartamento, todos estavam encharcados apenas da viagem do salão para o carro alguns minutos atrás. Por sorte, o prédio tinha estacionamento, então não precisaram encarar a chuva nessa parte.

Sook tossia um pouco por conta do frio e Yoongi começou a se preocupar se ela ficaria resfriada. Virou-se para Haewon. Tentou não olhar para baixo dos ombros da mulher ou reparar no fato de que o vestido encharcado se ajustava ainda mais ao seu corpo, deixando pouco para a imaginação. Por conta da chuva, ele quase podia ver algumas silhuetas borradas em um dos seus braços – seria uma das tatuagens? Ela provavelmente as cobriu para a festa.

— Vou só colocar uma roupa quente nela e volto já, tudo bem?

— Certo.

Com isso, Yoongi seguiu até o quarto de Sook. Ela quase dormia em pé, fazendo Yoongi dar um sorriso com o quanto isso era adorável. Colocou um pijama quente na filha, secou seus cabelos com o secador apenas o suficiente para que ela não se sentisse mal durante a noite e checou se ela sentia febre, mas Sook parecia estar bem apesar do cansaço.

— Papai, eu quero dormir — choramingou.

— Tudo bem, vem aqui.

Yoongi sentou na poltrona e Sook deitou-se no seu colo como um bebê, enrolada na toalha que menos úmida do que as roupas do pai. Com a cabeça descansando no seu peito, Sook dormiu poucos minutos depois de Yoongi começar a cantarolar baixinho. Ele sentia tantas saudades de quando ela era um bebêzinho e dormia assim todos os dias.

A colocou na cama com cuidado para não acordá-la, retirando a toalha e cobrindo-a com o edredom, desligou a luz do abajur e voltou para a sala.

Haewon olhava pela varanda, na parte de dentro do apartamento. Yoongi se aproximou, sentindo-se ainda mais pesado com o cansaço e as roupas úmidas no corpo. A rua lá embaixo estava alagando – seria impossível passar com algum veículo agora.

— Eu acho melhor você dormir aqui — disse, analisando a situação. Com Sook dormindo e as ruas completamente alagadas, seria impossível sair do prédio nesta noite.

Haewon suspirou, como se também percebesse que não tinha escolha. Para a surpresa de Yoongi, ela não protestou.

— Com licença, preciso fazer uma ligação — ela buscou o celular na bolsa e ligou para alguém.

Yoongi se concentrou nas ruas abaixo, nos trovões e raios que ele conseguia ver da varanda. Era uma vista do céu muito bonita, se ao menos lá embaixo não estivesse um caos. A chuva ficava cada vez mais forte e ele começava a temer que a luz caísse.

— Alô, Taehyung? — Haewon disse. Yoongi tentou não ouvir, mas era impossível. Ela estava no mesmo cômodo. Ela tinha ligado para um homem. — Eu não vou conseguir ir para casa hoje... — pausa. O homem do outro lado estava falando. — Eu sei. Escuta, você consegue ficar sozinho? — Pausa. — Eu volto amanhã cedo, eu prometo... não, não precisa se preocupar, eu vou ficar bem. Eu também amo você. Tchau.

E desligou. Eu também amo você. Yoongi quis se repreender por estar se perguntando se Haewon tinha namorado, mas era uma pergunta válida – ainda mais quando ele estava fazendo de tudo para não olhar para o decote do vestido e a pele úmida de Haewon. Ele sentiu um rubor vir ao rosto.

— Eu vou te emprestar uma roupa minha, tudo bem? Você pode dormir no quarto de hóspedes e a gente coloca seu vestido na secadora, amanhã ele já vai estar seco para você usar — Yoongi disse, na tentativa de mudar de assunto.

— Tudo bem — Haewon assentiu.

— Volto em um segundo.

Foi até o quarto buscar uma muda de roupas limpas – tentou pegar alguma roupa que não o servisse mais para que não ficasse tão grande em Haewon. Pegou um conjunto de moletom da cor preta, quente o suficiente para aquela noite. Voltou para a sala e entregou as roupas para Haewon.

euphony. [#1 bulletproof universe] | min yoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora