𝐕𝐈𝐂𝐈𝐒𝐒𝐈𝐓𝐔𝐃𝐄 - Richard Ríos.

𝓗ate.

EU ACORDEI MUITO CEDO, mais cedo do que o normal. Eu não queria admitir mas eu estava nervosa com essa situação toda, uma hora ou outra isso tudo ia sair do controle, disso eu já tinha certeza. Sério mesmo, um jogador que no momento anda recebendo muita atenção na mídia pelo simples fato de ser bonito num dia qualquer aparece com uma mulher desconhecida... Óbvio que vai dar alguma coisa errada.

Eu falo no sentido de hate, ódio gratuito na internet. Eu não 'tô sendo dramática, isso 'tá me deixando levemente maluca, as pessoas conseguem ser muito maldosas quando querem, essas garotas adolescentes totalmente obcecadas pelo Richard podem fazer um inferno na minha vida,  nem consigo imaginar tudo o que elas podem fazer comigo. 

Acho que nunca vou me acostumar em viver a vida normalmente, sempre vou ficar paranoica com tudo, até porque sempre quando está indo tudo muito bem acontece algo ruim, sempre e sempre. Minha vida tem essa maneira de me surpreender  e acabar com toda a minha alegria pelo resto do mês.

Quando terminei o banho, todos aqueles pensamentos sumiram, honestamente eu não queria que eles fossem embora sem mais e nem menos, eu precisava pensar mais, nada estava certo e tudo estava muito confuso. Mas eles foram embora e me deixaram sozinha, apenas existindo. Respirei fundo antes de seguir em direção ao quarto. Respirar, talvez seja tudo o que eu precise.

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Eu estava sem fome, mas me forcei a comer. Eu acordei desanimada, não estava acostumada com esses momentos felizes, sempre me deixavam esgotada no dia seguinte. Eu me sentia mais esgotada ainda ao ver que tudo de ruim estava acontecendo, eu ficaria mais feliz se as pessoas do Twitter não tivessem começado a discutir sobre o assunto.

"Namorada" é uma palavra bastante forte, e ler essa palavra me deixou meio que sem reação. Eu não sei se considero isso uma coisa boa ou ruim, até porque a maioria dos problemas em que me envolvi tinham alguma relação com o Richard, mas ele é uma pessoa incrível, pelo menos até agora...

Tentei focar em tomar meu café da manhã, mas não consegui, sempre alguém estava me mandando mensagem. Fala sério, até página de fofoca veio na minha dm pedir pra que eu falasse sobre o assunto e em troca iam marcar meu arroba no post. A ultima coisa que eu quero nesse momento é atenção, será que é difícil entender isso? As pessoas pensam que todo mundo tem essa esquisitice de querer ser famoso, tipo, eu só quero poder viver minha vida em paz e nem isso eu consigo.

Eu entrei em todas as minhas redes sociais, no TikTok elas haviam descoberto meu perfil, pelo menos nessa rede social tudo estava bem, fizeram comentários fofos nos vídeos dos gêmeos e me acolheram nos vídeos que eu falei sobre o Marcos e toda a situação desagradável que aconteceu por causa dele.

Respirei fundo, ainda faltava o Instagram. Abri o aplicativo com um certo receio, sabendo que ali as coisas poderiam ser bem diferentes. Meu dedo hesitou por um segundo antes de tocar no ícone das notificações. A enxurrada de mensagens diretas, menções e comentários era absurda. Tinha de tudo, desde mensagens de apoio até questionamentos invasivos sobre a situação com Richard.

A cada novo post em perfil de fofoca, minha ansiedade aumentava. Parecia que todos tinham algo a dizer sobre minha vida, como se tivessem o direito de especular e julgar sem nem ao menos conhecer os detalhes. A enxurrada de comentários, uns me defendendo, outros me atacando, tudo isso criava mais e mais vozes que ecoavam na minha cabeça, me deixando ainda mais nervosa.

Minha mente estava em um turbilhão, e era difícil focar em qualquer outra coisa. O café da manhã que eu mal toquei estava ali, esfriando na mesa, mas a ideia de comer algo parecia impossível. O nó na minha garganta só apertava mais a cada notificação que eu via.

Eu fechei o Instagram, largando o celular no canto da mesa. Precisava de um momento para respirar, para me reconectar comigo mesma.

Levantei-me e fui até a janela, olhando para fora em busca de algum consolo. Lá fora, o mundo parecia tão tranquilo, tão alheio ao caos que estava se desenrolando na minha cabeça. Queria tanto estar do lado de fora, longe de toda essa confusão, mas sabia que precisava enfrentar isso de algum jeito.

Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos. Eu não podia deixar que essas pessoas, que nem me conheciam de verdade, tomassem o controle da minha vida. Voltei até a mesa e me engoli o café da manhã.

Quando terminei de comer e encostei a cabeça na mesa, exausta, sentindo o peso de tudo que estava acontecendo. A paz que eu tanto desejava parecia cada vez mais distante, e eu me perguntava se algum dia conseguiria recuperá-la.

Peguei o celular novamente, dessa vez não para checar as redes sociais, mas sim buscar ajuda, conselho ou seja lá o que me oferecerem. Eu não aguentava guardar tudo isso para mim, eu necessitava de compartilhar para alguém. Mandei mensagem para Richard, esperando desesperadamente por sua resposta. 

"Eu tenho que me pronunciar sobre alguma coisa? Minhas redes sociais tão um caos."

Eu só conseguia pensar em chorar, mas eu sabia que não podia. Chorar só ia piorar tudo e não ia resolver nada, mas infelizmente foi a única coisa que me restou. Todo o pânico que essa situação me trouxe é absurdo, talvez seja algo normal do cotidiano de muitos por aí, mas a minha ansiedade não me deixa em paz, eu não consigo me acostumar de maneira nenhuma, o sinto que  vou acabar enlouquecendo de vez.

Respirei fundo, mesmo sabendo que era inútil, juntei minhas forças e me arrastei até meu banheiro, onde escovei os dentes e fiz um coque frouxo.

Encarei meu reflexo no espelho. Eu estava péssima, sempre estive, mas hoje consegui me superar.

Peguei meu celular e chamei um Uber, eu precisava resolver essa situação o mais rápido possível. Não é normal que isso me abale tanto, pelo menos eu acho que não seja.