Love Me

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"...O amor está em quem já deu

Em que doou, em quem doeu.

Está onde há céu, onde há mar, não há meu

Onde Deus ama teu Deus do seu

É só o amor, é só o amor que move.

Lave, leve, love.

Lave-me em água de chuva.

Leve-me pra ver o mar e love me..."


Chegamos de madrugada ao paraíso! Realmente essa cidade é tudo o que dizem. Uma paz, belezas a perder de vista. Estou louca para fazermos os passeios e desbravar cada pedacinho desse lugar.

Mas como se para avisar que não estamos sozinhos mais neste mundo, o pacotinho de amor a todo momento dá sinais de sua presença, e o papai tá começando a sentir por tabela o impacto dele em meu corpo.

O primeiro voo foi até tranquilo, mas a escala e o voo até a cidadezinha onde fica o aeroporto - Que não é na mesma cidade que estamos hospedados - Foi de muito enjoo, vomitei o almoço, o lanche de bordo, a água e até mi a alma devo ter deixado naquele cubículo do avião. Mesmo estando medicada, a sensação que tenho é que nada vai parar dentro do meu estômago.

Nero está apavorado! É até fofo de ver tudo o que ele está tentando fazer pra que eu fique bem.

Para chegar em Jericoacoara é preciso pegar uma condução conhecida como Jardineira ou como a maioria chama Pau de arara, que nada mais é que uma Hilux adaptada para transportar muitas pessoas. 


O balançar do carro, a subida e descida das dunas ou sei lá como chama, e o calor do Nordeste me fizeram chegar no hotel quase indo direto pra qualquer emergência que tivesse no perímetro. Porém, tudo o que fiz foi me jogar em uma banheira, com Alexandre em minhas costas, sua mão em minha barriga, água de coco retirada de um coco de verdade - Não aquelas vendidas em garrafas de plástico-  e cozinhar no banho por mais de trinta minutos, até cair em uma cama ultra confortável, em uma conchinha com meu amor.


Acordei bem melhor, o problema é só a hora de escovar os dentes e sentir minha alma fugindo do meu corpo com a sensação de enjoo - Por que ninguém nos conta essas coisas para estarmos minimamente preparadas pra esse evento? - Nero já está se arrumando para o nosso primeiro café da manhã de lua de mel.


- E aí, pronta pra se banquetear e depois deitar numa rede dentro de uma lagoa? - Nero falou todo animado em seus trajes florais e óculos de sol.


- Se seu filho deixar eu comer pelo menos uma fruta desse banquete, já posso me considerar feliz. - É claro que estou feliz com nosso bebê, o que está começando a me incomodar são esses enjoos. Será que vai ser assim até o final?


- Vamos lá, bebê... - Alexandre baixou e colou a boca em minha barriga. - ...deixa a mamãe aproveitar tudo o que esse paraíso tem a oferecer e de quebra me deixa aproveitar tudo o que sua mãe tem a me ofertar. - Dei um tapa na sua cabeça que o fez saltar com cara de safado sorrindo pra mim.


- Para de safadeza, cara. A gente não pode te dar confiança que você já se espalha. - Fingi uma cara de brava que foi completamente ignorada por Nero.

Duas Metades (GN)Onde histórias criam vida. Descubra agora