Pinguinhos de Gente

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"Olha essa foto aqui

Primeiro aninho de vida, um pinguinho de gente

Nessa você sorriu

Só pra mostrar a janelinha pra fada do dente

Já me deu tanto susto

Perdi as contas das noites em claro

Hoje não mudou muito

Se bobear, dá mais trabalho

Só pai e mãe sabe o que é

Ficar de joelhos pra ver o seu filhinho de pé..."


Estou me preparando para entrar no centro cirúrgico, mas a sensação é que tô colocando uma armadura de super-herói. É assim que me sinto neste exato momento, indo para a missão mais importante da minha vida, embora eu só vá assistir e segurar a mão da minha mulher.

Giovanna é o fenômeno da natureza mais potente que já conheci. Ela une todas as coisas com sua força, zelo, compaixão e destemor. Que sorte a minha de poder viver ao lado dela.


- Oi, meu bem. - Cheguei no quarto onde ela está para aguardarmos a Dra vir nos buscar.


- Eu tô com um misto de medo e ansiedade agora. - Ela falava enquanto apertava minha mão. - E se a gente não souber o que fazer, Nero?


- Calma, pequena! É claro que não vamos saber. - Giovanna arregalou aqueles olhos em minha direção e quase quebrou meus dedos no aperto.


- E você diz isso assim, Alexandre?- Sua voz ficou um pouco mais alta e trêmula.


- Por acaso a senhora recebeu um manual ensinando como ser mãe? Porque eu não recebi um me dizendo como ser pai. - Mesmo falando sério tentava transmitir calma e afeto, mas no fundo eu estava tão apavorado quanto ela.


- Promete me amar mesmo eu me tornando uma péssima mãe? - Seus olhos brilharam e uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha.


- Seremos a melhor versão que conseguirmos ser, amor! - Trouxe Giovanna pra perto do meu corpo e beijei sua testa afastando em seguida no momento que vieram buscá-la para a sala de parto.



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A sala é tão gelada que parece que vamos congelar, ou é apenas o medo que tá me fazendo tremer? Realmente não sei dizer. 

Duas Metades (GN)Onde histórias criam vida. Descubra agora